- À entrada do último trimestre de 2025, fica claro que Portugal
não vai atingir as metas de reciclagem de embalagens
Mulher alerta para o lixo e o impacto no planeta Terra
- As quantidades enviadas para reciclagem permanecem estagnadas,
apresentando um crescimento residual de 2%
- Nos primeiros 9 meses do ano, o sistema de recolha seletiva
contou com um investimento total de 147,6M€, mais 63,8M€ face ao período
homólogo
- Vidro e ECAL continuam a ser os materiais que levantam mais
preocupações. Reciclagem de vidro encontra-se totalmente estagnada (0%) e ECAL
registou um decréscimo de -7%
Até ao terceiro trimestre de 2025, a
recolha seletiva de embalagens registou um aumento residual de 2%, com apenas
mais 8.013 toneladas de embalagens recolhidas e enviadas para reciclagem, num
total de quase 369 mil toneladas, em comparação com o período homólogo. À
entrada do último trimestre do ano, o ritmo mantém-se insuficiente,
antecipando, assim, que Portugal não conseguirá atingir as metas de reciclagem
de embalagens de 2025.
Nos primeiros nove meses do ano, os
serviços de recolha seletiva de resíduos de embalagens financiados ao SIGRE
(Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens) pela Sociedade Ponto
Verde e por outras entidades gestoras, atingiram o montante de 147,6M€, o que
significa um reforço de 63,8M€ ao sistema, após a decisão de aplicar novos
valores de contrapartida (VC) – valores pagos aos sistemas municipais e
multimunicipais pelo serviço de recolha e triagem de resíduos de embalagens –
através de um Despacho do Governo, que entrou em vigor a 1 de janeiro deste
ano.
De recordar que no final de 2025, o País
deveria garantir a recolha seletiva de 65% de todas as embalagens colocadas no
mercado. Neste sentido, a SPV reitera, uma vez mais, que a prioridade deve ser
apostar numa melhoria substancial do nível de serviço prestado aos cidadãos
pelos sistemas municipais e multimunicipais, dispondo o SIGRE, atualmente, de
mais recursos financeiros para realizar investimentos que gerem resultados e
ajudem a alcançar as metas.
“À entrada do último trimestre de 2025, é
evidente que Portugal não vai conseguir cumprir as metas de reciclagem de
embalagens. Estamos a investir mais do que nunca, mas sem uma verdadeira
modernização do sistema, os resultados continuam a não acompanhar o
investimento feito pelas entidades gestoras”, afirma a CEO da Sociedade Ponto
Verde, Ana Trigo Morais.
A SPV defende que vivemos, hoje, um
paradoxo: apesar de o investimento privado adicional quase ter duplicado em
2025, o aumento da taxa de reciclagem foi de apenas dois pontos percentuais -
um resultado que é manifestamente insuficiente face ao que é necessário. A
entidade defende, ainda, que os valores de contrapartida atualmente em vigor
devem garantir que os investimentos façam a diferença e que melhorem a
performance do setor.
“Mais do que nunca, é preciso garantir que
o investimento se traduz em mais reciclagem efetiva e em dados transparentes. É
incompreensível que, com mais recursos do que nunca, a reciclagem de embalagens
esteja estagnada. O valor que hoje é pago ao sistema de recolha seletiva é
suficiente para impulsionar inovação, criar soluções e permite ir mais longe. É
imperativo exigir melhor desempenho e a SPV está totalmente empenhada em que
isso aconteça. Queremos que cada euro aplicado se traduza em mais embalagens recicladas
e num contributo real para o cumprimento das metas que o País tem para
cumprir”, conclui.
Seguindo a tendência dos últimos
resultados, o vidro continua a destacar-se como o material que mais preocupação
levanta. A reciclagem de vidro encontra-se totalmente estagnada (0%) face ao
período homólogo, tendo sido recicladas 165.071 toneladas de embalagens de
vidro. Na sequência do aumento dos VC, já foram investidos mais 11,98M€. Até ao
momento, este investimento também não se traduziu num aumento da reciclagem de
embalagens de vidro.
Além deste, também as embalagens de cartão
para alimentos líquidos (ECAL) causam apreensão. Segundo os dados, foram
recolhidas menos 406 toneladas, num total de 5.835 toneladas (-7%).
Quanto aos restantes materiais, os dados do
SIGRE revelam que foram encaminhadas para a reciclagem 122.537 toneladas de
papel/cartão (+4%), 66.005 toneladas de plástico (+3%) e 1.709 toneladas de
alumínio (+3%).
Lisboa, 10 de
outubro de 2025
Sobre
a Sociedade Ponto Verde
Desde 1996 que a Sociedade
Ponto Verde (SPV) tem como missão contribuir para a promoção da economia
circular através do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens
(SIGRE), assente num forte compromisso com a inovação e I&D, a literacia
ambiental e a cidadania ativa. Entidade privada sem fins lucrativos e líder de
mercado, é responsável pelo encaminhamento para reciclagem e valorização dos
resíduos de embalagens resultantes do grande consumo. Atualmente, serve cerca
de 8 000 clientes, apoiando-os na conceção de embalagens mais circulares e
propondo novas soluções para melhorar os processos de recolha, separação e
tratamento.
Para reforçar a comunicação e
sensibilização, em 2025, foi criada a Ponto Verde, uma nova marca com uma
imagem renovada, que visa estar mais próxima dos cidadãos, criando um movimento
agregador que une gerações de norte a sul do País e ilhas numa jornada coletiva
pela reciclagem de embalagens e pela sustentabilidade.
Portugal falhará metas de reciclagem de embalagens apesar de reforço histórico do investimento
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