Sábado – Pense por si

Uma nova esperança contra a Alzheimer

Lucília Galha
Lucília Galha 31 de dezembro de 2023 às 18:00

Ao fim de 20 anos de fracassos, surgiram pela primeira vez fármacos capazes de travar a pro gressão da doença. Os cientistas estão otimistas, mas os resultados são modestos.

Para perceber o alcance da descoberta é preciso saber o que a antecedeu. Ponham-se as coisas da seguinte forma: este é um ponto de viragem ao fim de 20 anos de sucessivos fracassos. Estima-se que entre 1998 e 2017, 146 ensaios clínicos para o Alzheimer tenham falhado – o que representou um investimento de cerca de 550 mil milhões de euros, avança a Newsweek. “Já começava a haver uma grande desesperança porque todos os ensaios clínicos eram um fiasco, não tinham qualquer benefício”, diz à SÁBADO a neurologista Joana Morgado. A (chamada) luz ao fundo do túnel surgiu no fim de novembro de 2022 quando foram publicados os primeiros resultados de um novo medicamento experimental na The New England Journal of Medicine. Num estudo com 1.795 doentes, que receberam o fármaco de 15 em 15 dias ao longo de um ano e meio, conseguiu-se atrasar a progressão da doença em cerca de 30%. Uns meses mais tarde, já em julho de 2023, uma nova esperança: outro medicamento experimental conseguiu travar ainda mais a evolução da patologia, entre 35 e 40%.

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