Estudo analisou hábitos alimentares das crianças dos três aos dez anos em Portugal. Os mais pequenos participam muito na escolha dos alimentos comprados: iogurtes e fruta estão entre os preferidos.
91% das crianças em Portugal participam na escolha dos alimentos que os pais compram, mas só 4% come hortícolas e sopa ao almoço e ao jantar, não cumprindo o consumo recomendado. Estas são as duas conclusões mais surpreendentes do estudo Alimentação das crianças dos três aos dez anos em Portugal, realizado pela Nestlé em parceria com a NetSonda.
Estes resultados do estudo, feito através de 584 questionários a pais de crianças entre os três e dez anos, assinalam a importância de "educar as crianças sobre escolhas alimentares saudáveis desde cedo, aproveitando o seu interesse e envolvimento", explica a nutricionista Ana Leonor Perdigão.
A também diretora da unidade de Nutrição, Saúde e Bem-Estar da Nestlé Portugal alerta para as "lacunas no consumo de alimentos essenciais, como fruta e hortícolas, especialmente nas refeições principais": "Por exemplo, apenas 57% das crianças consomem sopa todos os dias. Além disso, apenas 27% consomem hortícolas ao almoço, sendo que no jantar estes valores mantêm-se baixos, com apenas 23% a consumir hortícolas e 31% a consumir fruta", o que significa que é preciso reforçar estes alimentos.
"Tanto a sopa quanto os hortícolas são fundamentais para fornecer vitaminas, minerais e fibras essenciais ao crescimento e desenvolvimento saudável das crianças. Devemos destacar os benefícios dos hortícolas e da sopa na alimentação diária, tornando-os mais atraentes para as crianças. Envolver as crianças no processo de preparação das refeições pode aumentar a sua disposição para experimentar novos alimentos e adotar hábitos alimentares mais saudáveis. Não podemos deixar de referir que o consumo destes alimentos também é baixo na população adulta e que, portanto, as crianças acabam por seguir o exemplo dos adultos à sua volta", salienta.
Uli Deck/picture-alliance/dpa/AP Images
O que as crianças mais gostam de escolher são iogurtes, fruta, bolachas e cereais de pequeno-almoço, momento em que os pais devem verificar os rótulos de ingredientes e informação nutricional, optando por "alternativas com ingredientes naturalmente ricos, como por exemplo os cereais integrais, com teor relevante de nutrientes como a fibra, vitaminas e minerais como o cálcio", e "com menores teores de açúcar, sal e gordura". Corantes e conservantes também devem ser evitados e as porções indicadas devem ser respeitadas.
Apesar de o estudo revelar que 80% das crianças consome fruta no seu dia alimentar - o que inclui os pacotinhos -, esta devia estar mais presente ao almoço, por exemplo: só 35% é que a come nesta refeição. "A fruta é sempre a melhor sobremesa", frisa a nutricionista.
Segundo o estudo, duas em cada cinco crianças fazem a ceia. Nem todas precisam dela: "Pode variar dependendo das necessidades individuais de cada criança, incluindo o seu nível de atividade física, os horários das refeições e as suas necessidades energéticas", explica Ana Leonor Perdigão, recomendando-a para crianças "que jantam cedo ou têm um gasto energético elevado". Neste caso, devem ingerir "um copo de leite ou iogurte, uma peça de fruta, ou uma pequena porção de cereais integrais", que não sobrecarregam o sistema digestivo.
Finalmente, aconselha que as crianças devem usufruir de uma alimentação variada que inclua regularmente frutas, vegetais, proteínas magras, como peixe, frango e leguminosas, grãos integrais e laticínios. Pais e cuidadores devem ainda tentar educar as crianças sobre alimentação saudável e mostrar como se leem os rótulos de alimentos. É ainda benéfico planear antecipadamente as refeições semanais para ter sempre opções nutritivas disponíveis, e estabelecer horários regulares para as refeições e lanches. Todos os adultos na vida da criança devem também optar por melhores hábitos alimentares: afinal, são vistos como referências e modelos a seguir.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.