Lisa Pisano estava à beira da morte por insuficiência renal e cardíaca quando cirurgiões em Nova Iorque realizaram um transplante de rim de porco.
Lisa Pisano, a segunda pessoa a receber um rim de porco geneticamente modificado e a primeira a receber um órgão com uma bomba cardíaca mecânica, morreu no domingo, dia 7, segundo o hospital Langone Health em Nova Iorque, onde foi operada.
REUTERS/Eduardo Munoz
A mulher de 54 anos recebeu o transplante a 12 de abril, mas o órgão acabou por falhar devido a um fluxo sanguíneo limitado, tendo sido removido a 29 de maio.
Lisa Pisano estava à beira da morte por insuficiência renal e cardíaca quando os cirurgiões da NYU Langone Health realizaram várias cirurgias em abril. Inicialmente, a mulher de Nova Jersey parecia estar a recuperar bem, mas cerca de 47 dias depois, os médicos tiveram de remover o rim de porco e colocar Lisa Pisano novamente em diálise, depois de o órgão ter sido danificado pelos medicamentos que a paciente tomava para o coração.
Apesar da diálise e da bomba cardíacaimplantada, a mulher acabou por entrar nos cuidados paliativos e morreu no domingo, dia 7, disse o cirurgião e diretor do NYU Langone Transplant Institute, Robert Montgomery, em comunicado.
O rim de porco que recebeu foi geneticamente alterado para evitar os anticorpos humanos que normalmente detetam e atacam órgãos estranhos. A glândula timo do porco, que desempenha um papel na imunidade, foi colocada por baixo da cobertura do rim de porco para ajudar ainda mais o corpo de Lisa Pisano a aceitar o órgão.
"Lisa ajudou a aproximar-nos de um futuro em que uma pessoa não tem de morrer para que outra viva", afirmou Robert Montgomery, diretor do NYU Langone Transplant Institute. "A bravura de Lisa Pisano deu esperança a milhares de pessoas que vivem com insuficiência renal ou cardíaca em fase terminal e que poderão em breve beneficiar de um fornecimento alternativo de órgãos. O seu legado de pioneira perdurará e ela será para sempre recordada pela sua coragem e boa natureza."
A própria Lisa Pisano afirmou numa conferência de imprensa logo após o procedimento que, mesmo que o transplante de órgão não funcionasse com ela, poderia funcionar para a próxima pessoa: "Pelo menos alguém vai beneficiar com isto."
Segundo o hospital, este foi o primeiro transplante de órgãos numa pessoa com bomba cardíaca mecânica, o segundo transplante de rim de porco geneticamente modificado num recetor vivo e ainda o primeiro transplante realizado juntamente com a glândula timo de um animal.
De acordo com a rede de procura e transplantação de órgãos dos EUA, a cada oito minutos é acrescentada mais uma pessoa à lista de espera para transplante e 17 pessoas da mesma acabam por morrer à espera de um órgão.
Como solução para a escassez de órgãos presente nos Estados Unidos e em todo o mundo, os médicos iniciaram procedimentos de xenotransplantação, que envolve a utilização de órgãos de outras espécies. Várias empresas de biotecnologia estão a modificar geneticamente os porcos para que os seus órgãos sejam mais parecidos com os humanos, menos suscetíveis de serem destruídos pelo sistema imunitário das pessoas.
Nos Estados Unidos, os médicos efetuam xenotransplantes em casos raros, com autorização da Food and Drug Administration. No caso de Lisa Pisano, a autorização veio através da política de acesso alargado ou de uso compassivo da agência, que permite aos doentes terminais que não tem outras opções de tratamento, aceder a produtos médicos experimentais.
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