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Resoluções de Ano Novo: saiba como cumprir as metas para 2025

Partir de perspetivas de "auto-aceitação" , evitar "comparações" e "definir metas realistas" são práticas que podem ajudar a manter as resoluções de Ano Novo, de acordo com especialistas.

O mês de janeiro é muitas vezes sinónimo de novas resoluções. No entanto, estejam elas relacionadas com a vida profissional, com as dinâmicas familiares, o exercício físico ou até a alimentação, nem sempre é possível cumpri-las no tempo esperado.

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Por onde devemos começar para evitar sentimentos de frustação? A psicóloga Laura Sanches admite que o início do novo ano pode ser um "impulso" para atingir certos objetivos, no entanto, explica que o importante é "definirmos metas realistas" e trabalharmos sentimentos de "auto-aceitação". "É importante que as pessoas partam de qualquer coisa que já identificavam na sua vida como insatisfatória e também é importante perceber que há sempre retrocessos. O nosso crescimento e amadurecimento nem sempre é uma linha reta, às vezes há muitos ziguezagues", explica.

Além disso, refere que os objetivos se devem adequar aos gostos de cada pessoa, de forma a que seja possível retirar algum prazer dos processos de mudança. "Devemos procurar coisas que também nos deem algum prazer e que não sejam apenas um sacríficio. Um ponto importante é a pessoa gostar daquilo que vai fazer".

A especialista dá o exemplo do exercício físico: "Por vivermos numa sociedade sedentária, surge muitas vezes a questão do exercício físico. Claro que faz falta, mas não é obrigatório ir ao ginásio". Por exemplo, "para algumas pessoas basta fazer caminhadas e há outras pessoas que gostam de correr".

De acordo com a psicóloga, "será mais difícil sustentarmos a motivação se olharmos para ela com uma perspetiva de obrigação". Em vez disso, Laura Sanches aconselha a que a mudança seja vista de uma "perspetiva de aceitação". "Temos muito a cultura do trabalho, de acharmos que conseguimos mudar tudo, mas é importante aceitar quem somos e aceitar o ponto da vida em que nos encontramos. Devemos partir dessa auto-aceitação".

A psicóloga Teresa Paula Marques concorda e relembra que o foco das resoluções deve estar no auto-cuidado. "Um dos objetivos deve ser sempre cuidar de nós. Muitas vezes cuidamos dos outros e esquecemo-nos de nós, seja a ir ginásio, fazer massagens, organizar o tempo de maneira a conseguir ter tempo livre, estar com os amigos: tudo isto são aspetos a ter em conta". Além disso, alerta para a importância de aprendermos com a experiência. "Se não conseguimos [cumprir uma meta] no ano passado, é pouco provável conseguirmos este ano se aplicarmos a mesma receita."

Nos casos em que os objetivos estão relacionados, por exemplo, com o abandono de vícios prejudicais à saúde, a psicóloga alerta que o processo deve ser sempre ajustado às capacidades e limitações de cada um. "Deixar de fumar ou deixar outro vício é extremamente difícil, por isso, as pessoas têm que encontrar uma maneira que para si seja mais fácil. Para algumas pessoas é deixar abruptamente, para outras é passarem a usar os medicamentos que existem disponíveis no mercado (...), para outras é fazer desporto..." 

E acrescenta: "Se há coisas que nos estão a fazer mal, como os vícios, devemos fazer um esforço ou até procurar ajuda de um profissional para atingir os objetivos. Começar uma dieta rigorosa sem qualquer suporte médico, por exemplo, não deve ser um objetivo. Devemos ter acompanhamento".

Para evitar sentimentos de frustação, Teresa Paula Marques aconselha ainda a que as pessoas evitem comparar-se com os outros e chama a atenção para o caso das redes sociais: "Os sentimentos de comparação devem sempre ser evitados. Agora temos o acréscimo das redes sociais, em que a esmagadora maioria das coisas que vemos não correspondem à realidade. As pessoas que se querem comparar àquela realidade, que é uma ilusão, podem de facto enveredar por um caminho bastante tortuoso".

A especialista acredita que há certos comportamentos que se podem alterar, no entanto, devem ser "coisas viáveis, que não sejam irrealistas e que não provoquem uma despersonalização". "É importante aceitarmos quem somos", conclui.

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