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Peregrine falhou. Ainda não foi desta que os EUA voltaram à Lua

Luana Augusto
Luana Augusto 09 de janeiro de 2024 às 14:31
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Missão podia ter ficado para a história a 23 de fevereiro, mas derrame de combustível e falta de controlo sobre a nave espacial acabou por mudar o rumo da história.

O dia 23 de fevereiro podia ter ficado para a história da aeronáutica, não o plano acabou por não correr bem. Esta segunda-feira (8), os Estados Unidos tentaram voltar a pisar na Lua, depois de o terem feito há 50 anos, mas sete horas após o lançamento do foguetão Vulcan Centaur, a Astrobotic Technology dava conta daperda de controlo sobre o aparelho. Sabe-se agora o porquê.

REUTERS/Joe Skipper

Com 1,9 metros de altura e cerca de 2,5 metros de diâmetro, o modelo de aterragem terá sofrido um derrame de combustível, mas antes disso já tinha registado problemas.

O Peregrine, que dispunha apenas de 40 horas de combustivel, já tinha enfrentado algumas dificuldades ao sair do topo do foguetão. Mais tarde, os engenheiros notaram também que o aparelho estaria a lutar para que os painéis solares ficassem voltados para o sol, para carregar a sua bateria. Agora, ainda que a missão já tenha sido dada como abortada, a Astrobic tenta chegar o mais perto possível da Lua.

"Neste momento, o objetivo é levar o Peregrine o mais próximo possível da distância lunar, antes que perca a capacidade de manter a sua posição voltada para o Sol e, subsequentemente, perca energia", dizia um comunicado da empresa privada americana, que desenvolve tecnologia de robótica espacial para missões lunares e planetárias.

A vida da missão pode agora ser medida em apenas algumas horas, e em menos de dois dias, segundo informou a empresa, mas inicialmente a alunagem estava prevista para 23 de fevereiro. Se chegasse à Lua, iriam ser utilizados diversos instrumentos financiados pela NASA em 108 milhões de euros, e ainda um veículo espacial da Universidade Carnegie Mellon, nos EUA para ajudar a "compreender melhor os processos e a evolução planetária, procurar provas de água e outros recursos e apoiar a exploração humana sustentável de longo prazo". Agora, a missão - que era a primeira com a participação de empresas privadas - irá ter que ficar para outro ano.

Apesar de não ter corrido como planeado, o administrador da NASA, Bill Nelson, destacou, esta segunda-feira, através das redes sociais o "sucesso" do foguetão da Aliança de Lançamento Unida (ULA) e admitiu que a falha faz com que a agência espacial disponha de "mais ferramentas para explorar o espaço".

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