A clofazimina pode ajudar no tratamento da covid-19 através das suas propriedades antibióticas e anti-inflamatórias, acreditam os autores de um estudo.
Um novo estudo revela que um medicamento utilizado no tratamento contra a lepra pode ser eficaz quando aplicado a pacientes infetados com o SARS-CoV-2. A clofazimina? está a ser estudada para perceber quais os seus reais benefícios no tratamento de pessoas com covid-19, mas os ensaios iniciais dão esperança aos investigadores de que tenham um fármaco capaz de combater de forma eficaz a doença respiratória.
Covid-19 hospitalReuters
O estudo, publicado narevista científica Naturena passada terça-feira dá conta de que uma equipa composta por cientistas norte-americanos e de Hong Kong reviu cerca de 12 mil medicamentos que já são atualmente utilizados para combater outras condições e que encontraram resultados bastante positivos quando experimentaram com a clofazimina. Os cientistas aplicaram este medicamento a células infetadas com o coronavírus e em ratinhos de laboratório infetados com o vírus. Os resultados foram bastante positivos e a equipa quer passar o mais rapidamente a testes com humanos, de forma a juntar mais um medicamento que pode ser útil ao combate da pandemia.
Atualmente existem três fármacos que são aceites como eficazes a combater a covid-19: a dexametasona, a tocilizumab e o remdesivir. A grande vantagem da clofazimina face a estes fármacos é a possibilidade de a mesma ser administrada via oral - comprimidos - e não intravenosa. Isto permitiria às pessoas infetadas serem tratadas em casa e não precisando de estar internadas ou de ter um profissional de saúde a deslocar-se às habitações.
No estudo publicado na Nature pode ler-se que os cientistas acreditam que a clofazimina pode ter um papel no controlo da pandemia, mas que pode também ajudar a combater "coronavírus que possam surgir no futuro".
Este medicamento, vendido em Espanha sob o nome Lamprene tem o preço de 1,5 euros, de acordo com o jornal espanhol El País.
Este medicamento tem propriedades antibióticas e anti-inflamatórias, duas características essenciais num fármaco que ajude a tratar a covid-19. Segundo o estudo agora apresentado, este medicamento ajuda no combate à doença provocada pelo SARS-CoV-2 bloqueando a entrada do vírus nas células ou impedindo-o de se reproduzir e de incitar a uma reação mais forte do corpo.
A utilização da clofazimina com o remdesivir pode aumentar o potencial de cura, revela ainda o estudo, descrevendo um ensaio em que a administração dos dois medicamentos fez com que fosse necessária uma menor quantidade de remdesivir para "inibir a replicação viral".
A dexametasona tem provas dadas de que pode ajudar a reduzir a mortalidade de pacientes mais graves infetados com o vírus, um efeito semelhante ao do tocilizumab. Já o remdesivir tem sido descrito como capaz de reduzir o tempo de recuperação de pessoas infetadas e que tenham necessitado de hospitalização.
A clofazimina? entrou no mercado na década de 60 do século XX para combater a lepra.
Medicamento contra a lepra com resultados promissores no tratamento da covid-19
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