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Marcelo dá Ordem de Mérito a Champalimaud

Distinção foi entregue durante a entrega do Prémio António Champalimaud Visão 2016. Christine Holt, Carol Mason, John Flanagan e Carla Shatz receberam um milhão de euros

Marcelo Rebelo de Sousa condecorou a título póstumo António Champalimaud. O Presidente da República entregou o colar da Ordem de Mérito à filha do empresário, Maria Luísa de Mello Champalimaud. 

Quatro cientistas estrangeiros foram hoje laureados com o Prémio António Champalimaud Visão 2016, devido às suas investigações sobre a relação entre o cérebro e os olhos. Esta pesquisa pode levar ao desenvolvimento de novos tratamentos de base neurológica contra problemas na visão. Os vencedores foram anunciados esta tarde, durante um evento na Fundação Champalimaud. Marcelo Rebelo de Sousa esteve na cerimónia em que nem faltou a declamação de Monstrengo, poema de Fernando Pessoa.  

Os neurocientistas Christine Holt, Carol Mason, John Flanagan e Carla Shatz receberam um milhão de euros: o valor é considerado o maior prémio do mundo na área da visão.

Segundo uma nota de imprensa da Fundação Champalimaud, que promove o prémio, o trabalho dos quatro cientistas "tem trazido luz sobre a conexão entre os dois órgãos responsáveis pela visão - o olho e o cérebro" e tem "avançado significativamente a compreensão do sistema visual".

Para se poder ver, esclarece a nota, "locais específicos" do cérebro "têm de receber sinais de células específicas [células da retina] nos dois olhos".

"Quando as projecções da retina não são formadas correctamente, a visão formada no cérebro torna-se anormal e a capacidade de ver é muito prejudicada", adianta.

A Fundação Champalimaud considera, neste contexto, que "terapias que atingem o cérebro e a sua capacidade para receber com precisão projeções da retina podem ser a chave para desbloquear novos tipos de tratamento e trazer a visão para aqueles incapazes de ver".

Lançado em 2006, o Prémio António Champalimaud de Visão tem o apoio do programa "2020 - O direito à visão", da Organização Mundial de Saúde.

O galardão premeia, nos anos pares, a investigação científica na área da visão e, nos anos ímpares, o trabalho de instituições na prevenção e no tratamento de doenças oftalmológicas, sobretudo nos países em vias de desenvolvimento.

O júri do prémio, que é fixo, não contou, na edição deste ano, com a neurocientista norte-americana Carla Shatz, uma das candidatas distinguidas.

Fazem parte do júri internacional o ex-primeiro-ministro e ex-alto-comissário da ONU para os Refugiados António Guterres, o ex-presidente da Comissão Europeia Jacques Delors, os oftalmologistas José Cunha-Vaz, Alfred Sommer, Gullapalli Rao e Paul Sieving, o escritor e economista Amartya Sen e os neurocientistas Joshua Sanes, Mark Bear e Susumu Tonegawa.