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Apesar de "possível cancerígeno", OMS defende que aspartame é seguro

Débora Calheiros Lourenço
Débora Calheiros Lourenço 14 de julho de 2023 às 22:00
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Aspartame é o adoçante presente em refrigerantes e pastilhas. Foi considerado "possível cancerígeno" mas o OMS garante que continua a ser seguro, dentro de um limite diário.

AOrganização Mundial da Saúdedefende que apesar do adoçante aspartame ser "possivelmente cancerígeno" continua a ser seguro se consumido nos níveis já indicados. O aspartame é um dos adoçantes mais comuns do mundo, usado em refrigerantes como a Coca-Cola Zero ou em pastilhas Extra da Mars.

Reuters

A substância foi avaliada por dois grupos de especialistas da OMS, um que tinha como missão verificar se existe alguma evidência de que o aspartame é uma substância com um perigo potencial e o outro para avaliar o nível real de risco que esta substância representa.

A Agência Internacional de Investigação sobre o Cancro (IARC) considerou o aditivo como um "possível cancerígeno".

Esta classificação significa que existem evidências limitadas sobre a possibilidade de a substância causar cancro. No entanto, não leva em consideração a quantidade que tem de ser consumida para criar risco para a saúde, este fator é avaliado por um outro painel de especialistas, o Comité Conjunto de Aditivos Alimentares da OMS (JECFA).

A JECFA considerou que não existiam evidências suficientes para avaliar os danos causados pelo aspartame e manteve a sua recomendação para que as pessoas mantenham os seus níveis de consumo abaixo dos 40 mg/kg por dia. Este é um nível que está estabelecido desde 1981 e que significa que, por exemplo, uma pessoa com um peso entre os 60 e os 70kg teria de beber mais de 9 a 14 latas de refrigerante por dia para ultrapassar o limite recomendado.

Francesco Branca, líder de nutrição da OMS, referiu que "os resultados não indicam que o consumo ocasional possa representar um risco para a maioria dos consumidores".

Ainda assim a IARC explicou que tomou a sua decisão de classificar como "possível cancerígeno" tem por base três estudos realizados nos Estados Unidos e na Europa que indicaram uma ligação entre o cancro do fígado e o consumo de adoçantes.

Alguns médicos e cientistas expressaram a sua preocupação de que esta nova classificação leve alguns consumidores a abandonarem as opções zero e voltem a beber refrigerantes açucarados. Therese Bevers, diretora médica do Centro de Prevenção de Cancro da Universidade do Texas, considerou que "a possibilidade de ganho de peso e obesidade é um problema muito maior e um fator de risco maior do que o aspartame".

Na conferência de imprensa de anúncio das conclusões dos estudos, Francesco Branca começou por dar um conselho: "Se os consumidores se depararem com a decisão de beber uma Coca-Cola com adoçante ou com açúcar, lembrem-se que existe uma terceira opção que é beberam água".

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