Sábado – Pense por si

Susana Coroado
Susana Coroado Investigadora

Um feitiço que se vira contra o feiticeiro

Os últimos dois meses em Portugal foram inéditos na explosão e intensidade de escândalos relacionados com a conduta de políticos e altos quadros no exercício dos respectivos cargos. Embora inéditos, estes casos não são, porém, surpreendentes, mas sim o culminar de anos de falta de padrões éticos.

O pré-escrutínio dos governantes

Um eventual escrutínio dos membros do governo não precisaria de ser tão formal, até porque os governos são alargados e o processo de tomada de posse mais rápido e simultâneo. Pode, por exemplo, passar pelas estruturas do partido do governo ou por uma pequena equipa do Primeiro-Ministro que faça uma investigação rápida ou mantenha uma conversa com a pessoa em questão para despistar potenciais problemas.

O marido da ministra e o aeroporto

O que tem o marido da ministra a ver com o aeroporto? São ambas faces da mesma moeda, a da opacidade dos processos administrativos e políticos que contribuem para a desconfiança sobre as decisões públicas.

Da delegação da responsabilidade política

Não é Sérgio Figueiredo quem tem obrigações de defesa do interesse público, quem foi eleito deputado da nação, quem responde perante o parlamento e quem está sujeito ao código de conduta do governo e às regras de contratação pública. É Fernando Medina, Ministro das Finanças.

Precisamos de falar sobre partidos políticos

Se a classe política rejeita -  compreensivelmente, diga-se - a visão de que todos os políticos são iguais e todos são igualmente corruptos, não pode olhar para o "povo" e considerá-lo também todo igual e igualmente ignorante.    

A legitimidade democrática de nomeações opacas

Num momento em que assistimos a quedas na confiança dos cidadãos nas instituições e a uma vaga de retrocessos democráticos e atentados contra o estado de direito, o reforço da transparência, legitimidade democrática e proximidade das instituições aos cidadãos é bem-vinda e absolutamente necessária. 

João Leão e a integridade da lei

Ainda que não seja ilegal, até porque à luz da lei muito poucas práticas são ilegais, o caso João Leão – a que se somam muitos outros e mais se somaram – é pouco ético e, pior, suscita muitas dúvidas sobre a lisura da decisão.

Portugal e o Estado de Direito na EU

E que impacto tem a decisão do TJUE em Portugal? Em primeiro lugar, relembra-nos que o país foi um dos primeiros Estados-membros a espoletar a intervenção do TJUE em questões de Estado de Direito a nível interno.

Rendeiro, offshores e as eleições

Se a fuga de Rendeiro e a sua subsequente captura são méritos e desméritos do sistema judicial, os mecanismos que facilitaram a ocultação e a colocação em porto seguro dos proveitos dos crimes podem e devem ser tema de debate político.

Corrupção na Defesa e o equívoco do MNE

Em primeiro lugar, os equívocos sobre a Estratégia Nacional Anticorrupção (ENAC). Das cerca de 70 medidas previstas na estratégia, nenhuma diz respeito à Defesa, pelo que é no mínimo inútil fazer-lhe referência neste caso.

O branqueamento dos figurões

Todas estas investigações misturam banca, política, offshores, enriquecimento rápido e aparentemente injustificado, redes de intermediários e uma ascensão social e mediática meteórica.

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