Uma peça do jornal norte-americano revelou os impactos da internet numa tribo na Amazónia, mas teve repercussões na percepção dos seus membros e terá causado “danos irreparáveis à sua reputação”.
Uma tribo da Amazónia processou o jornal norte-americano The New York Times (NYT), por ter contribuido para a propagação de alegações de que os seus membros tinham ficado viciados em pornografia depois dos satélites de internet da Starlink terem sido instalados.
AP Photo/Andre Penner
A ação judicial diz que o artigo publicado pelo jornal retratou a tribo Marubo como "incapazes de lidar com exposição básica à internet", destacando "alegações de que a sua juventude tinha sido consumida pela pornografia". A comunidade indígena com cerca de duas mil pessoas está a pedir pelo menos 180 milhões de dólares (158 milhões de euros) por danos.
O artigo do NYT foi escrito há cerca de nove meses depois da tribo ter tido acesso ao satélite de internet da Starlink, empresa ligada à SpaceX de Elon Musk, e relata que a tribo "já estava a debater-se com os mesmos desafios que afetam as casas norte-americanas há anos". Nomeadamente "adolescentes colados aos telemóveis", assim como "vídeojogos violentos" e "menores a ver pornografia".
Também revelou que um líder da comunidade e crítico ávido do uso da internet estava "muito perturbado com a pornografia" e que tinha sido informado de "comportamentos sexuais mais agressivos" por parte dos rapazes mais jovens.
No entanto, o artigo demonstrou os benefícios da internet para a tribo, incluindo na facilitação de comunicar com as autoridades problemas de saúde e de destruição ambiental, assim como de se manterem em contacto com familiares que estão longe.
A ação acusa ainda o meio de comunicação norte-americano TMZ e a Yahoo por terem sensacionalizado a história, incluindo a criação de uma manchete que se referia o vício a pornografia.
Entretanto, e em resposta à onda de desinformação e sensacionalismo em volta do artigo original, o NYT publicou um artigo a esclarecer que a tribo não tinha ficado viciada em pornografia. Na peça lê-se que "mais de 100 websites em todo o mundo publicaram manchetes que alegam falsamente que Marubo tinha ficado viciada em pornografia".
No entanto a ação mantém que o artigo original retratava "o povo Marubo como uma comunidade incapaz de lidar com a exposição básica à internet, destacando alegações de que a sua juventude tinha sido consumida pela pornografia", sujeitando-os a "humilhações, assédio e danos irreparáveis à sua reputação e segurança".
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