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Realizador de Green Book não esperava ganhar" Óscar de Melhor Filme

25 de fevereiro de 2019 às 09:54
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"De certa forma bloqueei, como quando vejo uma partida de futebol e saio da sala se quero que a minha equipa marque", disse o cineasta. "Pensei em tudo menos vencer isto, e funcionou".

A maior surpresa da noite de Óscares foi a vitória de "Green Book" como melhor filme do ano, incluindo para o realizador Peter Farrelly, que "honestamente não esperava ganhar", disse nas entrevistas de bastidores da cerimónia, em Hollywood.

"De certa forma bloqueei, como quando vejo uma partida de futebol e saio da sala se quero que a minha equipa marque", comparou o cineasta. "Pensei em tudo menos vencer isto, e funcionou".

As controvérsias do filme, que se baseou na história verdadeira do pianista de jazz Donald Shirley, foram "desanimadoras" para os criadores, disse o produtor Jim Burke, mas não impediram a Academia de lhe atribuir três estatuetas em cinco nomeações, incluindo melhor filme, melhor argumento original e melhor ator secundário (Mahershala Ali).

O realizador afro-americano Spike Lee, que viu o seu filme "BlackkKlansman" perder para "Green Book", disse que "o árbitro tomou uma má decisão" quando foi questionado sobre a sua reação ao anúncio do Óscar.

O produtor Charles B. Wessler confessou que se "esqueceu" de que era possível vencer, e estava a trocar comentários com um amigo quando Julia Roberts anunciou "Green Book" como vencedor, para sua surpresa e da restante equipa.

A reação nos bastidores foi de estranheza, mesmo não havendo um claro favorito nesta edição, e depois de "Roma" já ter vencido na categoria de melhor filme estrangeiro.

Apesar de Viggo Mortensen não ter ganhado a estatueta de melhor ator pelo seu papel como Tony Lip, em "Green Book", Peter Farrelly atribuiu-lhe todo o mérito pelo Óscar de melhor filme, nos agradecimentos.

O cineasta disse nunca ter pensado na personagem interpretada por Mortensen como algo que hoje seria apoiante do presidente do Donald Trump com um boné a dizer "MAGA" (Make America Great Again" na cabeça.

"A mensagem é, falem uns com os outros e vão descobrir que têm muito em comum", explicou Farrelly, dizendo que se trata de uma "mensagem de esperança", e que "a única forma de resolver problemas é a falar".

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.