Quem casa quer casa, mas quem opta por ficar sozinha também. O problema está em tudo o resto. O aumento desmesurado das rendas devido à invasão estrangeira e a consequente subida do custo de vida que daí advém está a colocar sérias dificuldades no quotidiano de quem não divide contas. Fomos entender qual é, afinal, o preço de se ser solteira nessas condições, em Portugal.
"Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria." Reconhece este excerto? Faz parte de uma crónica publicada no Expresso, nos idos de 2000, da autoria de Miguel Esteves Cardoso. Intitulada de Elogio ao Amor, o autor desenhava nela um retrato idílico daquilo que, para si, deveria ser o amor. E daquilo que ele, na realidade, era: "O amor dos contratos pré-nupciais, passível de ser combinado, ou das sopas e descansos." Ao longo do texto, Esteves Cardoso vai repetindo e reforçando que "o amor é uma coisa, a vida é outra", revoltando-se contra a ideia do amor moderno, o amor que dá jeito. Relembro-me do alarido em torno da peça, principalmente por parte de uma maioria solteira que assistia a uma declaração pública (e aplaudida) dos seus ideais: casar só porque sim, nem pensar. Uma amiga (solteira) dizia-me, a propósito do tema que resolvi trazer à superfície: "Não estou para engolir ‘sapos’ e aturar um homem só para ter estabilidade financeira. Só estou com alguém por amor."
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É muito evidente que hoje, em 2025, há mais terraplanistas, sim, pessoas que acreditam que a Terra é plana e não redonda, do que em 1925, por exemplo, ou bem lá para trás. O que os terraplanistas estão a fazer é basicamente dizer: eu não concordo com o facto de a terra ser redonda.
O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.