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49% dos profissionais contaram "ter presenciado situações de discriminação praticadas por outros colegas" e 83% ouviram "piadas homofóbicas ou ofensivas no local de trabalho".
Quase metade dos profissionais de saúde LGBTQ+ sofreu ou presenciou situações de discriminação no local de trabalho, concluiu um estudo baseado num inquérito nacional que foi divulgado esta quinta-feira.
MédicoiStockphoto
O estudo foi realizado no âmbito do projeto PULSAR, O papel de profissionais LGBTQ+ para uma saúde inclusiva, desenvolvido no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra.
Coordenado pela investigadora Mara Pieri e financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), o estudo teve a participação de 178 profissionais de saúde, entre enfermeiros (27%), médicos especialistas (23%), médicos internos (21%) e técnicos de várias áreas (17%).
Segundo o CES, "os resultados mostram que a discriminação continua presente no quotidiano de muitos profissionais de saúde LGBTQ+, com impacto direto no seu bem-estar e na qualidade do ambiente de trabalho".
Uma das principais conclusões do inquérito foi que 47% dos participantes "afirmam ter sofrido discriminação pelo menos uma vez no contexto profissional", tendo sido "relatados episódios de ameaças, insultos e comentários homo ou transfóbicos, bem como impedimentos de exercer determinadas funções". Por exemplo, um enfermeiro gay "foi proibido de cuidar de jovens do sexo masculino".
Mesmo não as tendo sofrido, 49% dos profissionais contaram "ter presenciado situações de discriminação praticadas por outros colegas" e 83% ouviram "piadas homofóbicas ou ofensivas no local de trabalho".
O CES referiu ainda que, "mesmo quando não há revelação da orientação sexual ou identidade de género, o preconceito manifesta-se em comentários dirigidos a terceiros".
Este estudo concluiu que 53% dos profissionais "consideram que ser LGBTQ+ é uma fonte de stress no trabalho" e apontam "o preconceito, a ignorância e a falta de formação sobre estas temáticas como fatores que agravam o desgaste emocional".
Neste âmbito, "73% defendem que é urgente investir em formação específica sobre questões LGBTQ+ para todos os profissionais de saúde", até porque, de acordo com mais de metade deles, "o seu local de trabalho não está preparado para lidar com utentes LGBTQ+".
"Existem muitos obstáculos para que as pessoas LGBTQ+ se sintam bem no trabalho. No caso dos profissionais de saúde, o stress decorrente da discriminação tem um grande impacto na saúde mental", sublinhou Mara Pieri.
De acordo com a investigadora, "a maioria dos participantes nunca revelou a sua identidade a utentes ou doentes".
"Essa invisibilidade faz com que se pense que não existem profissionais LGBTQ+ no setor da saúde e, por consequência, que não é necessário agir para promover inclusão, o que afeta tanto os profissionais como os utentes LGBTQ+", acrescentou.
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