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Portugueses têm mais dinheiro para gastar nas férias de verão

Daniel Lemos com Ana Bela Ferreira 11 de junho de 2024 às 07:00
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Estudo que analisou 21 países também aponta portugueses como os mais entusiatas para viajar. Tendência em ficar pelo país e explorar os locais de férias tem aumentado.

Com o calor à porta, o mais provável é que esteja a pensar o que vai fazer ao dinheiro para as férias de verão. E as estatísticas concordam consigo. Aliás, a 23ªedição do Barómetro Anual de Férias de Verão, composto pela Europ Assistance, dá conta de que o orçamento dos portugueses para estas férias em 2024 aumentou 20% face ao ano passado, agora sendo de €1.961.

Através de um questionário online, entre 21 mil pessoas de 21 países diferentes (1.000 por país), os portugueses são os que mais têm vontade de viajar, diz o estudo. Concretamente, 86% expressaram o desejo de viajar, comparando com os 80% de média europeia. Aliás, 74% destes portugueses afirmaram mesmo que querem fazer férias de verão, e que os planeamentos estão a ser feitos com maior antecedência. A ideia é que assim se garantem melhores preços nas reservas com essas antecipações. Têm além disso preferência em ficar por Portugal, o que poderá ter levado à diminuição de viagens internacionais, de 54% para 39%. Caso a intenção seja sair do país a tendência nos destinos mantém-se: Espanha, Itália e França, são os mais desejados.

Ora, além da praia, que continua a ser o espaço mais visitado durante as férias de verão, 94% dos inquiridos portugueses revelaram intenções de adotar comportamentos que não desperdicem recursos locais, ou seja, mostrando interesse em se envolverem na cultura local, experimentando a gastronomia, uma tendência que tem aumentado. Tratam-se de aspetos incorporados no fenómeno de slow tourism, embora neste também se incluam opções de viagem mais sustentáveis, que sejam menos apressadas. É exemplo disto a preferência por viagens de carros (viatura pessoal para 55% dos portugueses analisados no estudo) invés de avião, que emitem mais gases para a atmosfera. 

Mas continua a haver entraves ao planeamento das férias, como é o caso da inflação de preços, seja das viagens ou das estadias. Este receio foi aliás demonstrado por 87% dos 1.000 participantes nacionais, um dado que aumentou em relação a 2023. Isto leva a que cerca de 70% destes portugueses optem por escolhas mais económicas. Além disso, também têm em consideração outros aspetos, como riscos com conflitos armados em certos países, locais que são demasiado quentes e até ascensão de partidos extremistas em países democráticos, aponta o Barómetro.

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