Os médicos do hospital Gemelli, em Roma, referiram que o Papa vai enfrentar um período de convalescença de pelo menos dois meses. Durante os quais deve ainda estar sujeito a oxigénio e realizar exercícios respiratórios, explica Tiago Alfaro, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.
O Papa Francisco voltou para o Vaticano depois de ter estado hospitalizado durante cinco semanas em estado crítico devido a uma pneumonia nos dois pulmões e a uma infeção bacteriana complexa do trato respiratório.
AP
No passado domingo, 23, os médicos anunciaram que Francisco ia ter alta hospitalar, mas que ainda vai enfrentar um período de convalescença de pelo menos dois meses, durante o qual não é aconselhado a estar na presença de grandes grupos e deve evitar esforços. No Vaticano vai ter acesso a cuidados médicos 24 horas por dia, pelo menos nos primeiros tempos uma vez que o seu médico pessoal, Luigi Carbone, avançou que é esperado que, com o passar do tempo, Francisco precise cada vez de menos ajuda para respirar, há medida que os seus pulmões recuperem.
Tiago Alfaro, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, explica à SÁBADO que "é de esperar que uma pessoa que passou muito tempo sujeita a ventilação não invasiva e oxigénio de alto fluxo [como foi o caso do bispo de Roma] ainda precise de oxigénio durante algum tempo". O normal é que "ao fim de um, dois meses seja novamente analisado para saber se vai ficar a precisar de oxigénio de forma crónica ou se o seu nível de oxigénio já recuperou".
Ainda assim numa primeira fase é normal que sejam feitas "limpezas frequentes das secreções" e um trabalho de "fortalecimento dos pulmões e músculos respiratórios", este é um trabalho que é feito através de "exercícios respiratórios em que as pessoas reaprendem a respirar com a ajuda de um fisioterapeuta ou de um enfermeiro de reabilitação", explica o especialista.
Além disso, "com os internamentos longos, as pessoas perdem muita da sua força e, aos poucos, é essencial que daqui a pouco tempo comece também a ser feita alguma ginástica para voltar fortalecer-se", Tiago Alfaro explica que este é um trabalho essencial especialmente no caso dos "músculos inferiores" para que "seja evitada uma perda ainda maior de mobilidade por parte do Papa", que nos últimos anos apareceu diversas vezes numa cadeira de rodas e para que seja mantida "alguma autonomia".
Daqui para a frente, se o Papa necessitar de oxigénio de forma crónica, é possível que "tenha que ficar ligado ao oxigénio durante 12 a 15 horas por dia", o que permite "regular os níveis de oxigénio sem que a pessoa fique sempre condicionada". Exemplo disso é que mesmo no domingo, quando se dirigiu pela primeira vez aos fiéis na janela do seu quarto no hospital Gemelli, em Roma, Francisco falou ofegante mas sem estar ligado a oxigénio.
Quando Francisco foi internado, os exames de sangue revelaram ainda anemia, nível de plaquetas baixas e o início de insuficiência renal, que foram resolvidos depois de duas transfusões de sangue. Durante as cinco semanas em que esteve internado, o Papa enfrentou duas crises respiratórias e, no dia 28 de fevereiro, teve um ataque de tosse e inalou vómito, a que se soma, uma doença pulmonar crónica e parte de um pulmão removido quando era mais novo.
Todas estas doenças aumentam ainda o estado de "fragilidade" do Sumo Pontífice, de 88 anos, mas Tiago Alfaro esclarece que neste caso "a idade e as doenças associadas, atualmente, aumentam a dificuldade da recuperação mais do que os seus antecedentes ou doenças que teve ainda em jovem". Especialmente porque o tipo de infeção respiratória que levou agora ao seu internamento "é uma doença recorrente que tende a aumentar com a idade".
O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, recusou-se a confirmar quaisquer eventos futuros, incluindo a audiência marcada para o dia 8 de abril com o rei Carlos III e a participação do Santo Padre nas celebrações da Páscoa, que ocorrem no final de abril.
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