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“O coração do bebé Lourenço batia mas pensei: estão doidos”

Lucília Galha
Lucília Galha 31 de dezembro de 2019 às 10:00

Fez todas as ecografias a Lourenço, o “bebé-milagre” que sobreviveu 107 dias após a morte cerebral da mãe. Na Maternidade Alfredo da Costa coordena a equipa que acompanha grávidas cujos bebés perdem peso no útero.

Sabia que os bebés podem passar fome dentro do útero? Esta condição, que se chama restrição de crescimento fetal, afeta 10 a 15% de todas as gravidezes e é responsável por entre 30 e 50% das mortes fetais. Na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, há desde 2016 uma consulta que se destina a acompanhar estes casos – é a única no País. Foi Ana Teresa Martins, 54 anos, quem a fundou e que agora a coordena, juntamente com outros dois obstetras, uma enfermeira e uma nutricionista. O bebé mais pequeno que ajudou a nascer tinha 530 gramas – sofria de uma restrição de crescimento fetal, grave. Nasceu às 28 semanas e 5 dias e esteve internado 113 dias. "Um ano depois, está relativamente bem", conta àSÁBADO. Graças a ela, e à sua equipa que também acompanhou casos como o de Lourenço, o primeiro bebé a nascer em Portugal de uma mãe em morte cerebral.

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