Carlos Antunes estava hospitalizado desde o dia 29 de dezembro, depois de ter sido infetado com covid-19 no Natal, e nas últimas duas semanas lutava contra uma pneumonia viral e bacteriana.
Carlos Antunes, lutador antifascista e líder das Brigadas Revolucionárias, morreu hoje em Lisboa aos 82 anos, disse à Lusa fonte da família.
Carlos AntunesEnric Vives-Rubio/Correio da Manhã
Carlos Antunes estava hospitalizado desde o dia 29 de dezembro, depois de ter sido infetado com covid-19 no Natal, e nas últimas duas semanas lutava contra uma pneumonia viral e bacteriana. Segundo a fonte familiar, entrou em coma na manhã de hoje e morreu durante a tarde.
Nascido em junho de 1938, Carlos Antunes foi com Isabel do Carmo, sua ex-companheira, um dos rostos da oposição ao Estado Novo.
Segundo a fonte familiar, a médica e ativista política, bem como todos os familiares que se reuniram no Natal, também contraiu covid-19 e esteve internada no hospital entre os dias 11 e 20, estando agora a recuperar em casa.
De acordo com os dados biográficos de Carlos Antunes (em https://memoriando.net), o político aderiu ao PCP logo em 1955 e foi o responsável pela organização clandestina do partido no Minho, passando à clandestinidade em 1959.
Em 1963 tornou-se membro da direção da Rádio Portugal Livre, instalada na Roménia, onde viveu até 1966, partindo depois para Paris, onde foi o responsável pela organização do PCP no estrangeiro.
Trabalhou em Paris com o histórico dirigente comunista Álvaro Cunhal, de quem se afastou em 1968, estando na origem, no ano seguinte, do que seriam as Brigadas Revolucionárias e depois o Partido Revolucionário do Proletariado (criado em 1973).
Entre 1969 e 1974 liderou as ações das Brigadas Revolucionárias, que defendiam a luta armada como forma de derrubar o regime fascista.
Acusado em 1977 da autoria moral de várias ações armadas, esteve em prisão preventiva desse ano a 1982 e cerca de cinco anos após ser libertado foi julgado e absolvido.
Isabel do Carmo, antifascista que também se afastou do PCP, fundou com Carlos Antunes as Brigadas Revolucionárias.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Só espero que, tal como aconteceu em 2019, os portugueses e as portuguesas punam severamente aqueles e aquelas que, cinicamente e com um total desrespeito pela dor e o sofrimento dos sobreviventes e dos familiares dos falecidos, assumem essas atitudes indignas e repulsivas.
Identificar todas as causas do grave acidente ocorrido no Ascensor da Glória, em Lisboa, na passada semana, é umas das melhores homenagens que podem ser feitas às vítimas.
O poder instituído terá ainda os seus devotos, mas o desastre na Calçada da Glória, terá reforçado, entretanto, a subversiva convicção de que, entre nós, lisboetas, demais compatriotas ou estrangeiros não têm nem como, nem em quem se fiar