NEWSLETTER EXCLUSIVA PARA ASSINANTES Para que não lhe escape nada, todos os meses o Diretor da SÁBADO faz um resumo sobre o que de melhor aconteceu no mês anterior.
NEWSLETTER EXCLUSIVA PARA ASSINANTES Para que não lhe escape nada, todos os meses o Diretor da SÁBADO faz um resumo sobre o que de melhor aconteceu no mês anterior.
"Há muita gente que morreu, gente que foi projetada anos para trás, do ponto de vista da construção da sua própria vida, e o país recuou 15 anos", lamenta escritor.
O escritor moçambicanoMia Coutoconsiderou à agência Lusa que o ciclone Idai, que varreu a cidade daBeira,Moçambique, constitui uma "desgraça terrível e humana", com a população a "recuar 15 anos na construção da sua própria vida".
Falando à Lusa em Luanda, onde se juntou ao também escritor angolano José Eduardo Agualusa no teatro Elinga, que apresentou na capital de Angola o livro "A Sociedade dos Sonhadores Involuntários", lançado em Portugal em 2017, Mia Couto lamentou o "estigma" moçambicano de constante recomeço.
"É uma desgraça terrível. Uma desgraça humana imediata. Há muita gente que morreu, gente que foi projetada anos para trás, do ponto de vista da construção da sua própria vida, e o país recuou 15 anos. É como se fosse um estigma, este país tem sempre de recomeçar, e recomeçar e recomeçar", sustentou.
Questionado sobre se a tragédia provocada a 14 de março pelo Idai - os mais recentes dados oficiais apontam para 602 mortos e mais de 1,5 milhões de pessoas afetadas -, em conjunto com o caso das "dívidas ocultas" - ligado à prestação de garantias no valor de cerca de 2.000 milhões de euros pelo anterior Governo moçambicano a favor de três empresas do Estado ligadas à segurança marítima e pesca, sem o conhecimento da Assembleia da República e do Tribunal Administrativo -, pode atrasar ainda mais o desenvolvimento do país, Mia Couto referiu que se trata de "um peso para os próximos anos".
"As dívidas ocultas serão um peso que vamos carregar nos próximos anos. Não só as ocultas, mas também aquelas declaradas", respondeu, salientando, porém, que não é só de más notícias que se pode falar de Moçambique.
"É importante também estar atento que Moçambique, durante esse escândalo e durante o momento que estivemos distraídos com isso, conseguiu fechar um capítulo muito sério, em que passou desapercebida a própria informação, que foi firmar os últimos acordos de paz, integrar a gente da Renamo e construir aquilo que eram as últimas etapas para que a gente tivesse paz", sublinhou.
Mia Couto disse também estar "esperançado com o futuro" do país.
"Tenho esperança sim. Mesmo que seja pessimista, sou um pessimista com esperança", concluiu.
Sobre o Idai, dados de sábado do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) moçambicano acrescentam mais quatro vítimas ao balanço de mortes, que permanecia inalterado desde terça-feira, com o de feridos a manter-se em 1.641.
A tabela atualizada eleva para mais de 1,5 milhões o total de pessoas afetadas (1.514.445), um grupo que inclui todas aquelas que necessitam de algum tipo de assistência, que perderam casas ou necessitam de alimentos.
Ao nível da assistência humanitária, os números registaram hoje um ligeiro aumento: há 142.327 pessoas em centros de acomodação, 85% das quais na província de Sofala, a mais afetada pelo ciclone.
Um quinto da população que está a receber assistência humanitária insere-se na classificação de grupos vulneráveis, que incluem grávidas e idosos.
Outros números continuam a subir: a contagem oficial indica que há 3.359 salas de aula danificadas e 263.181 alunos afetados.
O número de habitações totalmente destruídas (a maioria de construção precária) subiu para 111.163 e há 112.735 casas parcialmente danificadas.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.
O espaço lusófono não se pode resignar a ver uma das suas democracias ser corroída perante a total desatenção da opinião pública e inação da classe política.
É muito evidente que hoje, em 2025, há mais terraplanistas, sim, pessoas que acreditam que a Terra é plana e não redonda, do que em 1925, por exemplo, ou bem lá para trás. O que os terraplanistas estão a fazer é basicamente dizer: eu não concordo com o facto de a terra ser redonda.