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Luis tinha seis anos quando foi raptado. Foi encontrado passados 72 anos

Diogo Barreto
Diogo Barreto 23 de setembro de 2024 às 21:43
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A busca da sobrinha do septuagenário começou com um teste de ancestralidade. Passados quatro anos depois de começar a procura conseguiu reunir o tio com os irmãos.

Luis Armando Albino tinha 6 anos quando foi raptado, num parque na cidade de Oakland, na Califórnia. Foi encontrado 70 anos depois graças a teste de ancestralidade, fotografias antigas, jornais e muita vontade por parte da sobrinha.

iStockphoto

Luis foi raptado a 21 de fevereiro de 1951, enquanto brincava num parque infantil em Oakland, conta o jornal local The Mercury News. Luis tinha chegado à Califórnia apenas um ano antes, com a mãe e os cinco irmãos, vindos de Porto Rico. Na altura o menino ainda não dominava a língua inglesa e foi cativado por uma mulher que falava em espanhol e lhe prometeu doces. Luis foi levado por essa mesma mulher de ao pé de Roger, o seu irmão de dez anos, e enviado para a costa leste dos EUA onde foi criado por um casal. As autoridades realizaram buscas em busca da criança, mas nunca encontraram. Até que a sobrinha decidiu que o queria encontrar.

Alida Alequin, de 63 anos, pediu o apoio da polícia local, FBI e Departamento da Justiça para encontrar o tio. Tudo começou com um teste de ancestralidade feito "por diversão". O teste, feito com recurso a uma análise de ADN, revelou a correspondência em 22% com um homem que também tinha efetuado um teste desses. Alequin tentou investigar por si mesma o parentesco, mas não obteve resultados. 

Quatro anos depois, a mulher voltou à investigação. No início de 2024, visitaram a biblioteca local, onde encontraram jornais antigos e uma fotografia de Luis e Roger que as convenceu a seguir em frente com a investigação e contactarem as autoridades. Luis foi localizado na Costa Leste e forneceu uma amostra de ADN, que foi depois comparada com uma amostra da mãe de Alida, irmã do desaparecido. A confirmação aconteceu a 20 de junho, quando as autoridades foram a casa da mãe de Alida comunicar que tinham encontrado Luis.

"Só começámos a chorar quando os investigadores se foram embora. Agarrei nas mãos da minha mãe e disse-lhe: 'Encontrámos o tio'", revelou a mulher ao The Mercury News. Quatro dias depois, Luis viajou até Oakland para conhecer Alida e reencontrar a família. Em julho, regressou para uma visita de três semanas e foi a última vez que viu Roger. O irmão morreu em agosto. "Estou mesmo muito feliz por ter conseguido fazer isto pela minha mãe e pelo meu tio. É um final feliz", explicou Alida.

Aos meios de comunicação, Alida explicou que a mãe de Luis morreu em 2005 mas sempre acalentou o desejo de reencontrar o seu filho perdido.

Ao longo da vida Luis foi bombeiro e pertenceu aos fuzileiros navais (marines), tendo combatido no Vietname. A sobrinha revelou que o tio preferia não falar com os meios de comunicação social.

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