Sábado – Pense por si

Jovens e militares: quem são as quatro mulheres libertadas pelo Hamas?

Grupo terrorista libertou este sábado quatro reféns israelitas. Têm entre 19 e 20 anos e todas estariam a começar a carreira militar quando foram raptadas a 7 de outubro da base de Nahal Oz.

O grupo terrorista Hamas libertou, na manhã deste sábado (25), quatro mulheres soldado israelitas. É a segunda libertação de reféns desde que foi acordado o cessar-fogo em Gaza. Chamam-se Karina Ariev, Daniella Gilboa, Naama Levy e Liri Albag, têm entre 19 e 20 anos, e já estarão junto das suas famílias. Antes de terem sido colocadas em cativeiro durante quase 500 dias, serviam na unidade de vigilância na base militar de Nashal Oz, na fronteira com Gaza. Juntas, valem 200 prisioneiros palestinianos.

Courtesy of Bring Them Home Now/Handout via REUTERS

Karina Ariev

Karina Ariev, de 20 anos, estava na base militar de Nashal Oz quando foi feita refém a 7 de outubro de 2023. A irmã Alexandra reportou à BBC que foram ouvidos tiros no momento em que Karina lhe telefonou. Mais tarde, um vídeo viria a mostrar a soldado a ser levada num veículo.

"Ela ligou-me para se despedir, podíamos ouvir tiros", disse Alexandra Ariev à BBC. "Estava assustada, a chorar, em pânico. A sua última mensagem foi: Eles estão aqui', no abrigo antibombas. E esse foi o último contacto que tivemos com ela."

O vídeo do sequestro de Karina começou posteriormente a circular pela rede social Telegram. "Identificámo-la. Ela tinha sangue no rosto e estava a gritar", detalhou Alexandra. "Nunca desejaria que alguém sentisse esse sentimento. O tempo parou."

"Ela sonha tornar-se psicóloga e é conhecida por ser compassiva e por unir as pessoas", indica o Fórum dos Reféns e Famílias Desaparecidas.

Israel Defense Forces/Handout via REUTERS

Naama Levy

Já Naama Levy, de 20 anos, foi filmada a ser colocada dentro de um jipe com as mãos amarradas atrás das costas. O vídeo foi divulgado pelo Hamas e amplamente partilhado nas redes sociais. "Tenho amigos na Palestina", dizia Naama a um dos seus raptores.

Em maio de 2024, o seu irmão Amit avançou que a família divulgou uma filmagem para "encorajar todas as partes a voltarem à mesa" de negociações para resolver "uma questão humanitária insuportável". "Sentimos que ela está a lidar com a situação como a verdadeira super-heroína que é, uma heroína a lutar pela sua vida."

De acordo com a mãe, a adolescente, neta de sobreviventes do Holocausto e triatleta, teria acabado de iniciar o serviço militar. Ainda assim, segundo a BBC, a soldado já havia participado numa iniciativa de paz entre israelitas e palestinianos. A sua família considerava-a uma pessoa "em busca da paz".

Naama cresceu na Índia, onde estudou numa escola internacional dos EUA. Enquanto criança participou no programa Hand of Peace, que promove a paz entre jovens israelitas e palestinianos, refere a NDTV.

Israel Defense Forces/Handout via REUTERS

Daniella Gilboa

Daniella Gilboa, também de 20 anos, ficou ferida na perna ao ser sequestrada junto com outras mulheres soldado, em Nahal Oz. Foi até vista em vários vídeos e, num deles, datado de 2024, terá questionado o governo israelita porque é que havia sido "abandonada" e "descartada", enquanto a guerra decorria ao seu redor.

A mãe Orly Gilboa disse na altura ao Jerusalem Post que o vídeo só mostrou o quão "forte e determinada" era a sua filha, e que os ferimentos sofridos a 7 de outubro não eram assim tão graves quanto se temia inicialmente. Porém, mostrou-se preocupada com o seu "mau estado mental".

o Fórum dos Reféns e Famílias Desaparecidas define-a como uma "música apaixonada que estuda piano e canto, aspirando seguir uma carreira profissional".

Enquanto isso, o pai do namorado disse ao jornal Maariv que o seu filho aguarda o retorno da soldado, que planeava pedir em casamento. "O meu filho pediu a mão dela em casamento aos pais, ao que eles responderam que sim, embora eles tenham apenas 19, 20 anos. Logo depois disso, ele gritou para o céu: 'Vou pedir-te em casamento'", disse o pai. "Ele reza para que ela regresse o mais rápido possível e se reúna com ele e a sua família."

Israel Defense Forces/Handout via REUTERS

Liri Albag

Liri Albag tinha 18 anos e acabado de iniciar o treino militar como vigia do Exército quando o Hamas atacou a base militar de Nahal Oz.

De acordo com relatos da imprensa local, citadas pela NDTV, reféns anteriormente libertados terão dito aos seus pais que Liri foi forçada a cozinhar, limpar e a tomar conta de crianças, durante o tempo em que esteve mantida em cativeiro. Em janeiro, a jovem apareceu num vídeo de 3 minutos e meio divulgado pelo grupo terrorista.

"Ela ama viajar, cantar, fotografar e cozinhar", indicou o Fórum dos Reféns e Famílias Desaparecidas num comunicado.

Já em julho de 2024, o Jerusalem Post relatou que Liri terá passado a mensagem à irmã Shai de não cancelar a tradicional viagem pós-serviço militar e, acima de tudo, para não tocar nos seus sapatos preferidos.

A sua prima Aya Albag, cabo do Exército, afirmou que estava "orgulhosa" por Liri ter passado no curso de observação antes de ir para a base. "Ela estava motivada e muito feliz por ter sido destacada para a Nashal Oz", começou por anunciar ao Jerusalem Post. "Ela iniciou as suas funções na quinta-feira e, um dia e meio depois, na manhã de sábado, ela foi raptada."

A família confirmou que Liri ainda conseguiu transmitir mensagens através de reféns que foram sendo libertados. "O mundo está a começar a esquecer-se de nós. Ninguém se importa connosco. Estamos a viver um pesadelo", terá dito na altura.

Israel Defense Forces/Handout via REUTERS
Artigos Relacionados

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.

Cuidados intensivos

Loucuras de Verão

Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.