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Arte saqueada pelos nazis foi leiloada em Lisboa

Vanda Marques
Vanda Marques 10 de abril de 2024 às 23:00

Atrás da cortina na livraria Buchholz estrangeiros e portugueses compravam quadros dos judeus. Salazar não quis saber.

Os agentes secretos alemães entravam no número 50 da Avenida da Liberdade, em Lisboa, com malas que pareciam inocentes. Depois seguiam para a cave da livraria Buchholz, que ficava atrás de uma cortina. Lá em baixo, aconteciam os leilões privados de quadros saqueados aos judeus e outras peças de arte. Tudo decorria sem que Salazar se chateasse e a Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE) não estava muito preocupada. Quantas obras por lá passaram? Não se sabe. Foram os serviços secretos ingleses que descobriram o que lá acontecia. Começaram a vigiar a livraria Buchholz, porque acreditavam que era um ponto de encontro dos agentes secretos alemães e dos seus informadores locais em Lisboa, explica à SÁBADO o historiador Neill Lochery.

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