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Animal diz que conselho de tauromaquia desespera por contestação

21 de junho de 2018 às 14:55
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Três organizações de tauromaquia vão assinar um protocolo de cooperação em defesa dos valores culturais da tauromaquia.

A associação Animal considera que a criação de um Conselho Internacional de Tauromaquia mostra que os aficionados dos 3 países europeus onde a prática é legal -- Portugal, Espanha e França -- estão desesperados pela contestação social.

"A criação desta instituição vem, uma vez mais, demonstrar o desespero do sector tauromáquico, que enfrenta, cada vez mais, contestação social em todos os 8 países onde ainda é legal", refere a associação de defesa dos animais, em comunicado hoje divulgado.

Três organizações do sector da tauromaquia de Portugal, Espanha e França assinaram na terça-feira, em Madrid, um protocolo de cooperação em defesa dos valores culturais da tauromaquia, para delinear estratégias contra os movimentos opositores de corridas de touros.

O acordo foi feito entre a PróToiro (Portugal), a Fundação do Touro de Lide (Espanha) e o Observatório Nacional das Culturas Taurinas (França).

Para a Animal, que coordena a Rede Internacional para a Abolição da Tauromaquia, a criação deste organismo é "apenas uma reacção ao inevitável" já que, além de organizações, há cada vez mais cidadãos a pedir a abolição da prática.

"Além do que já vamos lendo e escutando nos seus fóruns privados e que prova quão bem os defensores da tauromaquia sabem que esta actividade está a acabar por conta da crescente objecção social, o que foi agora dito aquando da criação do CIT, só mostra, uma vez mais, a sua aflição", afirmou a presidente da Animal, Rita Silva.

A responsável contestou ainda declarações feitas pelo representante do Observatório Nacional das Culturas Taurinas (França), André Viard, nas quais prometeu levar a tribunal qualquer político que tentasse proibir touradas.

A posição, refere a associação Animal, demonstra "falta de compreensão do significado de democracia e da liberdade que a comunidade política tem de propor alterações legislativas".

Para Rita Silva, querer levar a tribunal alguém que proponha uma alteração legislativa é "absolutamente surreal".

A Câmara da Póvoa de Varzim declarou, na quarta-feira, o concelho como "anti-touradas", anunciado que, a partir de Janeiro de 2019, serão proibidas corridas de touros ou outros espectáculos "que envolvam violência sobre animais".

Em nota publicada na sua página oficial, o município sublinhou que aquela decisão foi aprovada por unanimidade.

Na última semana, o presidente da Câmara, Aires Pereira, já tinha anunciado que a Praça de Touros da cidade vai ser transformada em multiusos e deixará de receber touradas, logo depois de realizadas as duas agendadas para este verão.

A posição foi hoje contestada pela PróToiro - Federação Portuguesa de Tauromaquia, que garantiu que vai avançar com uma queixa em tribunal contra a Câmara da Póvoa de Varzim.

Em comunicado, a PróToiro refere que a decisão do executivo liderado por Aires Pereira representa "um ataque feroz à legislação, principalmente à Constituição da República Portuguesa".

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