Secções
Entrar

Centro Nacional de Exploração Sexual pede remoção de jogo que "promove violência sexual"

Lusa 10 de abril de 2025 às 18:10

O jogo No Mercy desafia os utilizadores a tornarem-se no "pior pesadelo das mulheres" e está disponível na Steam, uma das maiores distribuidoras de videojogos em todo o mundo, apesar de já ter sido retirado do Reino Unido, da Austrália e Canadá.

O Centro Nacional de Exploração Sexual dos Estados Unidos pediu esta quinta-feira, 10, a retirada, em todo o mundo, do videojogo No Mercy, que "promove violência sexual explícita" e desafia os utilizadores a tornarem-se no "pior pesadelo das mulheres".

iStockphoto

O jogo, disponível na Steam, uma das maiores distribuidoras de videojogos em todo o mundo, foi retirado do Reino Unido, da Austrália e Canadá, e está hoje ainda disponível na plataforma portuguesa, por 11,79 euros, apresentando-se como contendo "incesto, chantagem e sexo não consensual".

Em comunicado, o Centro Nacional de Exploração Sexual dos Estados Unidos (NCOSE) insta a Steam a removê-lo da sua plataforma, alertando que "promove violência sexual explícita, incesto, chantagem e dominação masculina, incentivando explicitamente os jogadores a se envolverem em atos não consensuais e comportamento misógino".

"O jogo continua disponível globalmente, inclusive nos Estados Unidos, perpetuando a sua influência prejudicial sobre milhões de usuários, incluindo menores que podem facilmente burlar as medidas de verificação de idade", lamentou.

"O NCOSE apela à Steam para remover imediatamente No Mercy da sua plataforma em todo o mundo e implementar políticas mais rigorosas para impedir a distribuição de jogos que glorifiquem ou promovam a violência sexual e a objetificação", vincou.

"Exigimos responsabilidade das empresas de tecnologia para garantir que os espaços 'online' sejam seguros e livres de conteúdo que alimentem a cultura do estupro e a misoginia", acrescentou.

O jogo desafia ainda os utilizadores a "Não aceitar um Não como resposta", de acordo com a informação disponível em inglês na plataforma portuguesa, consultada pela Lusa.

No Reino Unido, a secretária de Estado dos Assuntos Internos, assinalou hoje, em declarações à rádio inglesa LBC, que "este tipo de conteúdo repugnante já é ilegal" ao abrigo do Online Safety Act.

Para o NCOSE, "a violência sexual não é um jogo - é uma realidade grave que devasta vidas", pelo que "plataformas como a Steam precisam parar de lucrar com conteúdo que não apenas glorifica o abuso e a exploração, mas também os incentiva abertamente".

O NCOSE elogia o Collective Shout na Austrália por ter liderado a campanha contra o "jogo escandaloso", levando a que o jogo tenha sido bloqueado geograficamente.

Fundado em 1962, o NCOSE é uma organização nacional sem fins lucrativos.

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela