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Venezuelanas entram na Colômbia à procura de alimentos

06 de julho de 2016 às 10:28
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Meio milhar de mulheres atravessaram na terça-feira a fronteira da Venezuela com a Colômbia, que foi fechada, para comprar alimentos e outros produtos escassos no país

Cerca de 500 venezuelanas atravessaram ontem a fronteira com a Colômbia, em direcção à cidade de Cúcuta, para comprar alimentos, avança hoje a imprensa local, citando fontes oficiais. A fronteira foi encerrada por Caracas devido a um conflito diplomático com a Colômbia por causa de deportações e contrabando. 

"As mulheres atravessaram a fronteira, apesar do fecho da fronteira comum. Chegaram a Cúcuta, capital do departamento de Norte Santander, procedentes da vizinha cidade de Ureña, depois de atravessar a ponte internacional Francisco Santander", explica o diário venezuelanoEl Impulso.

Segundo o jornal, "fontes policiais do Norte de Santander indicaram que a situação está a ser tratada directamente pelo Ministério de Relações Exteriores" da Colômbia.

Entretanto, o canal colombiano de notícias NTN24 divulgou imagens do momento em que as mulheres "persuadiam" a Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar venezuelana) a deixá-las passar para a Colômbia para comprarem produtos escassos na Venezuela.

A situação, segundo a imprensa colombiana, levou a ministra de Relações Exteriores da Colômbia, Maria Ângela Holguín, a marcar, para as próximas horas, uma visita à cidade de Cúcuta, para tratar de assuntos fronteiriços com as autoridades locais.

Por outro lado, a deputada venezuelana Laidy Gómez exigiu ao Governo de Caracas que reabra a fronteira com a Colômbia, para os venezuelanos poderem ir comprar alimentos no país vizinho.

"Talvez tenham permitido a passagem [às mulheres] por uma questão humanitária, perante a crise que estamos a viver em Táchira [Estado fronteiriço]. A acção destas mulheres não é mais do que a demonstração de que as medidas isoladas e descontroladas do Governo [venezuelano] não vão poder controlar a fome do povo", disse a deputada aos jornalistas.

A 14 de Junho, uma mulher de 44 anos morreu afogada quanto tentava atravessar um rio entre a Venezuela e a Colômbia, onde pretendia adquirir um medicamento que escasseia em território venezuelano.

Este caso coincidiu com a recusa da Venezuela em receber ajuda internacional em medicamentos que, segundo fontes médicas, escasseiam em mais de 80% no país.

A vítima, residente no Estado de Táchira (oeste da Venezuela), faleceu quando pretendia chegar ao departamento colombiano de Norte de Santander e foi surpreendida por uma enchente do Rio Táchira.

A 19 de Agosto de 2015, Maduro ordenou o encerramento da ponte Simón Bolívar, principal passagem entre a cidade colombiana de Cúcuta e as localidades venezuelanas de San António e Ureña.

Cinco dias depois, as autoridades venezuelanas decretaram o estado de emergência em seis municípios fronteiriços com a Colômbia, justificando a medida com o combate a grupos paramilitares, ao narcotráfico e ao contrabando.

O estado de emergência foi depois estendido a 20 municípios, abrangendo os estados venezuelanos de Táchira, Zúlia e parte de Apure.

Desde o encerramento da fronteira, mais de 1.355 colombianos foram repatriados e mais de 19 mil abandonaram a Venezuela voluntariamente, segundo fontes não oficiais.

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.