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Veilhan é um dos "projectos centrais" do MAAT em 2018

A primeira revelação da programação do museu para 201, foi feita pelo director, Pedro Gadanho

A obraMerzbau Musical, criada pelo artista francês Xavier Veilhan e escolhida para representar França na Bienal de Arte de Veneza, será "um dos projectos centrais" do Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, para 2018.

A primeira revelação da programação do museu, em Lisboa, para 2018, foi feita à agênciaLusapelo director, Pedro Gadanho, que conheceu este trabalho de Veilhan no ano passado, quando ainda estava a ser concebido no atelier do artista.

A proposta de Xavier Veilhan inclui um estúdio de gravação de música que estará aberto ao público, onde vão actuar músicos, e um conjunto de instrumentos musicais, alguns inventados para o projecto.

"Tive a oportunidade, no ano passado, de visitar o atelier do artista, onde se estava já a preparar a proposta dele para a Bienal de Arte de Veneza 2017, e achei, na altura, que faria todo o sentido na lógica de programação da Galeria Oval" do novo edifício do MAAT, em Lisboa.

De acordo com Pedro Gadanho, este trabalho inédito "será um dos projectos centrais de 2018 no MAAT, não só pela ressonância que trará de Veneza, mas também porque é um projecto que activa o espaço enquanto estúdio musical, informal, onde músicos podem juntar-se, e cria uma obra de arte que é vivida pelo público ao longo do tempo". "Dinamiza, de uma forma menos habitual, aquilo que é um espaço expositivo tradicional", salientou Pedro Gadanho.

Merzbau Musical evoca o nome de uma escultura do artista alemão Kurt Schwitters, "Merzbau", que envolvia toda a casa do dadaísta em Hanôver, na Alemanha, destruída durante a II Guerra Mundial.

"Vai ser um espaço permanentemente activado pelos participantes como estúdio de música, e os visitantes vão usufruir em directo. Isso é que é a grande qualidade do trabalho, porque envolve os visitantes numa actividade performativa constante", vincou o director do MAAT.

Xavier Veilhan é conhecido pelos trabalhos em grande escala, instalados em espaços públicos, o mais recente no Miami Design District, nos Estados Unidos, onde criou uma obra dedicada ao arquitecto Le Corbusier, e outra para o Palácio de Versailles, em Paris.

Sobre a nomeação do MAAT para o Prémio Mies van der Rohe, da Comissão Europeia, anunciado na segunda-feira, na lista de 40 finalistas, entre eles quatro em Portugal, Pedro Gadanho disse que ficou "muito contente", e que, "se o edifício do MAAT passasse à lista mais restrita de cinco finalistas, então seria um grande motivo de comemoração".

"Mas o facto de estar já incluído nesta primeira 'short list' de 40 já mostra que as pessoas reconhecem a excepcionalidade do edifício no panorama arquitectónico europeu, que é também o que tem trazido as pessoas a visitar o edifício", afirmou o director.

O novo edifício do MAAT, em Belém, encerra a 6 de Fevereiro para instalar novas exposições e deverá reabrir a 21 de Março, com exposições na totalidade do museu e entradas pagas, a nove euros para aquele espaço e a Central Tejo, e cinco euros para a opção de visita apenas a um deles.

Aberta ao público vai continuar a Central Tejo, que inaugura novas exposições a 8 de Fevereiro: "Dimensões Variáveis", que conjugam artistas e arquitectos, e uma exposição do fotógrafo José Maçãs de Carvalho.

Editorial

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