Decisão respeita o plano proposto pelo juiz Pedro Correia, permitindo a extensão para lá do prazo decretado.
O Conselho Superior da Magistratura (CSM) confirmou hoje que a instrução do processo BES/GES se vai prolongar até final de março, de acordo com o plano proposto pelo juiz Pedro Correia, permitindo a extensão para lá do prazo decretado.
"Quanto ao processo BES, o plenário [do CSM] apreciou o plano apresentado pelo senhor juiz e aguarda a realização das diligências designadas", adiantou o órgão de gestão e disciplina dos juízes à Lusa sobre as conclusões do plenário de hoje.
O plenário apreciou um plano apresentado pelo juiz de instrução Pedro Santos Correia de diligências que prevê um calendário de audições de testemunhas e arguidos entre 20 de fevereiro e 30 de março, ressalvando o juiz no seu despacho que o agendamento é feito "sem prejuízo da resolução das questões que se mostram pendentes e de quaisquer vicissitudes que possam ocorrer (processuais ou extraprocessuais)".
A instrução do processo BES/GES passou a ter caráter urgente, segundo um acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) conhecido no início de janeiro, que deu razão a um recurso do Ministério Público (MP) contra uma anterior decisão do juiz Ivo Rosa, que tutelava a instrução do processo, tendo entretanto sido substituído por Pedro Santos Correia.
O TRL determinou que "os atos de instrução e o debate instrutório decorram sem as limitações preconizadas", pelo que o processo pode agora decorrer também durante as férias judiciais com vista a evitar o risco de prescrição de alguns crimes, nomeadamente, falsidade de documento e infidelidade, o que pode acontecer entre agosto de 2024 e março de 2025.
Perante o risco de prescrição, os juízes defenderam que se evite "o arrastamento temporal dos processos penais e o consequente descrédito da justiça".
"Quer da inegável complexidade dos autos de instrução em causa, quer do elevado número de diligências a realizar em sede de instrução, quer do risco de prescrição relativamente a alguns dos crimes em causa, decorre a evidente vantagem que os atos instrutórios (incluindo o debate instrutório) sejam praticados sem as limitações" previstas nos prazos do Código de Processo Penal, referem as três juízas do TRL.
Em setembro, a instrução do caso BES/GES passou a estar nas mãos do juiz Pedro Santos Correia, que substituiu Ivo Rosa por decisão do CSM. Foi também atribuído em junho do ano passado um prazo de oito meses para a conclusão da instrução, ou seja, até este mês de fevereiro, mas o CSM já tinha mostrado disponibilidade para apreciar "na altura própria" um eventual incumprimento do prazo.
O processo BES/GES tem 27 arguidos (23 pessoas e quatro empresas).
Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro. Segundo o MP, cuja acusação contabilizou cerca de quatro mil páginas, a derrocada do Grupo Espírito Santo (GES), em 2014, terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.
Validado prolongamento da instrução do processo BES até março
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.