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Santos Silva abre averiguação sobre vídeo captado em "flagrante violação" de direitos

Lusa 27 de abril de 2023 às 16:09
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Presidente da Assembleia da República não pediu desculpas à Iniciativa Liberal, mas "aos representantes dos órgãos de soberania e demais personalidades que foram escutadas ilegitimamente".

O presidente da Assembleia da República considerou hoje que o vídeo captado no parlamento no dia 25 de abril foi uma "flagrante violação de direitos", pedindo desculpa aos envolvidos, e anunciou a abertura de um processo de averiguações.

António Pedro Santos/LUSA

"Hoje de manhã determinei a abertura de um processo de averiguação para averiguar em que condições foram recolhidas aquelas imagens, captado aquele som, e em que condições foi colocado ao conhecimento público aquele vídeo, para que se saiba quem fez e quem autorizou", anunciou Augusto Santos Silva, depois de interpelado pela IL e pelo Chega sobre o assunto no início da reunião plenária.

O presidente da Assembleia da República considerou que as imagens e o som foram captados "em flagrante violação dos direitos e liberdades mais fundamentais das personalidades que foram vítimas dessa operação".

"Eu tenho um pedido de desculpas a fazer, convicto e veemente, um pedido de desculpas em nome do parlamento aos representantes dos órgãos de soberania e demais personalidades que foram escutadas ilegitimamente nesta casa há 48 horas", afirmou Augusto Santos Silva.

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Em causa está um vídeo divulgado nas últimas horas, captado pelo Canal Parlamento entre a cerimónia de boas-vindas ao Presidente do Brasil e a sessão solene comemorativa do 25 de Abril.

No vídeo, Santos Silva surge sorridente a contar o incidente com o Chega durante o discurso de Lula da Silva, numa roda em que estão também o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, e o secretário-geral do parlamento, Albino Azevedo Soares, entre outros.

Naquele momento, o presidente do parlamento afirmou que "aquilo que a Iniciativa Liberal decidiu fazer [na sessão com o Presidente brasileiro, Lula da Silva], não é nada" porque "há sempre quem faça pior".

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