"Portugal precisa de imigrantes, imigrantes com 'i', pessoas que entram", disse o presidente do PSD.
O presidente do PSD defendeu hoje "uma estratégia para a imigração" que seja "um bom negócio", porque as pessoas "querem vir" e porque o "país precisa", mas recusou "fundamentalismos de estar completamente contra" e igualmente das "portas escancaradas".
Durante uma arruada no centro da cidade de Évora, o líder social-democrata foi instado a comentar as declarações do secretário-geral do PS de que, se formar Governo, acabará com as "absurdas" quotas de entrada de imigrantes e vai distinguir as funções policiais de fronteira das competências administrativas em relação a estrangeiros em Portugal.
Começando por dizer que não iria "concordar nem discordar de uma declaração" que não teve oportunidade de ouvir, o presidente do PSD apontou que "Portugal precisa de imigrantes, imigrantes com 'i', pessoas que entram".
"Porque nós temos um desequilíbrio demográfico, temos falta, inclusive, de mão de obra, portanto nós termos uma estratégia para a imigração é algo que serve os imigrantes, quem quer vir para cá trabalhar, e serve também o país, que precisa de uma mão de obra que não tem cá", notou.
Por isso, Rio assinalou que "obviamente que é isto que tem de ser feito".
"Nem fundamentalismos de estar completamente contra, nem fundamentalismos das portas escancaradas, a imigração tem de ser um bom negócio no sentido positivo do termo, quer para quem quer vir, quer para o próprio país", vincou.
Na ótica do social-democrata, "há realmente espaço" para implementar essa estratégia, "porque o país precisa e as pessoas também querem vir, designadamente dos países de língua oficial portuguesa cuja cultura é muito próxima da nossa, cuja integração é muito fácil".
Num almoço com membros da Associação Cabo Verdiana de Lisboa, integrado no programa de campanha eleitoral do PS, António Costa considerou que "Portugal mudou muito" no tratamento de imigrantes em comparação com os tempos dos governos de Cavaco Silva, em que a pasta da Administração Interna era assumida por Dias Loureiro.
Apesar dos progressos que disse terem sido registados por Portugal, o secretário-geral do PS advertiu a seguir que "o combate ao racismo é sempre uma luta inacabada".
"Em primeiro lugar, temos de separar o combate ao racismo da integração dos imigrantes, porque não é a cor da pele que atribui a nacionalidade - e os portugueses que são negros, ou de origem asiática, ou qualquer outra, têm de ser protegidos no combate ao racismo. Mas também temos de separar as funções de polícias de fronteiras das competências administrativas relativamente aos estrangeiros residentes em Portugal. A polícia de fronteiras desempenha uma função fundamental no controlo das entradas e saídas e no combate à criminalidade organizada", declarou.
Porém, segundo António Costa, "outra coisa completamente diferente é o relacionamento do dia-a-dia com os estrangeiros residentes em Portugal e que tem de ser idêntica àquela que têm os cidadãos nacionais".
Num discurso muito aplaudido, o líder socialista voltou a defender que Portugal precisa de ter uma política "inteligente de imigrantes", dizendo mesmo que o país precisa de mais estrangeiros a trabalhar em todos os setores de atividade.
"Uma das primeiras alterações que temos de fazer é acabar de uma vez por todas com essa absurda existência de quotas para a fixação de contingentes laborais, tendo em vista a concessão de autorizações de entrada e de residência no nosso país. Não faz o menor sentido", salientou.
Rio quer "estratégia para a imigração" mas recusa "portas escancaradas"
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