Sábado – Pense por si

Refugiados em Portugal duplicam até fim do ano

Portugal vai duplicar até final do ano o número de refugiados, actualmente em 534, disse o ministro-adjunto do primeiro-ministro, Eduardo Cabrita

No âmbito de uma reunião em Lisboa organizada pela Agência Europeia para o Asilo (EASO) e pela Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR), Eduardo Cabrita explicou à Lusa que "nas próximas semanas" chegarão "números muito significativos" de refugiados, recolocados em Portugal a partir de Itália e da Grécia.

São refugiados que já passaram por todos os trâmites, de identificação, de pré-registo e de registo, por parte de todas as autoridades, e chegarão até final do ano, explicou o ministro.

No âmbito do programa de recolocação de refugiados, lembrou o responsável que Portugal assumiu o compromisso de acolher cinco mil pessoas, tendo o primeiro-ministro já anunciado a disponibilidade de duplicar esse número, pelo que há "uma disponibilidade política de princípio para acolher cerca de 10 mil" pessoas.

Na sexta-feira, em Guimarães, será apresentado o "kitrefugiados", com informações úteis como a quem os refugiados se devem dirigir, direitos sobre educação ou saúde mas também informações culturais e até "uma mini-constituição", que estará "à disposição de todos a partir da próxima semana", disse também o ministro.

Okit, adiantou, vai ser também distribuído aos que estão a aguardar a vinda para Portugal, designadamente na Grécia. "Para que quando cheguem saibam um pouco mais dos direitos que têm mas também da nossa cultura, do nosso espírito, do país onde vão iniciar uma nova vida".

Eduardo Cabrita salientou que a Europa tem de dar "uma resposta colectiva", na qual Portugal participa activamente, na recolocação dos refugiados, e salientou que no país o tema é consensual e sem afirmações xenófobas.

Portugal, disse o ministro mas também a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, é "um modelo a seguir" na matéria.

A ministra reconheceu que em países como a Itália ou a Grécia aguardam recolocação milhares de refugiados, e que os procedimentos por vezes são "demasiado burocráticos", mas considerou que há "alguma razão" para ser assim porque "todo o processo tem de ser organizado" e porque a Europa não estava preparada para um fluxo migratório como o que aconteceu a partir de 2015.

A Grécia não estava preparada nem tinha infraestruturas ou recursos humanos, e depois é preciso "definir quem é e não é refugiado" já que nem todos têm direito a protecção, disse Constança Urbano de Sousa à Lusa.

Cidadãos do Afeganistão, lembrou, não são elegíveis para recolocação, pelo que podem solicitar asilo nos países onde se encontram.

A reunião de hoje, no Ministério da Administração Interna, teve a presença de autoridades nacionais e estrangeiras, da sociedade civil e de testemunhos de refugiados a viver em Portugal.

Rui Marques, da PAR, explicou à Lusa que foi uma iniciativa da EASO, que convidou Portugal a acolher o encontro europeu para que assim possa partilhar o que têm sido as práticas nacionais quanto aos refugiados.

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.

Cuidados intensivos

Loucuras de Verão

Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.