O líder do PP vai chamar para uma reunião o secretário-geral do PSOE, na sequência da segunda votação de investidura que decorrá amanhã, sexta-feira, para tentar um acordo de governo entre os dois partidos e o Ciudadanos
O líder do PP espanhol vai chamar para uma reunião o secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, na sequência da segunda votação de investidura, na sexta-feira, para tentar um acordo de governo entre os dois partidos e o Ciudadanos.
Sánchez, que já tem um acordo de investidura com o Ciudadanos (centro-direita), perdeu na quarta-feira a primeira votação para formar governo (necessitava de 176 votos e obteve apenas 130, os 90 do grupo socialista e os 40 da formação de Albert Rivera).
Na sexta-feira submete-se a nova votação (que desta feita apenas requer maioria simples), pelo que uma abstenção do PP (123 deputados) ou do Podemos (69 assentos, juntamente com as suas formações regionais) seriam suficientes para ser eleito presidente do Governo. As duas formações, no entanto, já anunciaram que vão votar contra o candidato socialista.
Hoje, em entrevista à cadeia Tele 5, a secretária-geral do PP, María Dolores de Cospedal, revelou que Rajoy (ainda presidente do Governo em funções, na sequência das eleições de 20 de Dezembro) vai propor a Pedro Sánchez um acordo de "grande coligação", para formar um "governo estável e de futuro" para Espanha. Juntos, PP-PSOE e Ciudadanos somariam 253 deputados, uma maioria nunca vista na história da democracia espanhola, capaz de mudar a constituição sem o apoio de mais nenhuma força.
No entanto, o anúncio do PP segue-se a dois meses de impasse na política espanhola, na qual o PSOE se recusou a reunir-se com Mariano Rajoy e os "populares" foram acusados de não fazer qualquer tentativa de obter consensos com as outras forças. Mariano Rajoy declinou mesmo o convite do Rei Felipe VI para formar governo, argumentando que não tinha apoios suficientes por causa da recusa dos socialistas.
"Sim, ele [Rajoy] vai tentar. Como fez noutras ocasiões. Nós vamos tentar e cada um que assuma a sua responsabilidade", salientou Cospedal, especificando que nem o duro debate de quarta-feira - com acusações mútuas entre socialistas e "populares", cada um tentando responsabilizar o outro pelo "bloqueio" - fechou as portas à negociação.
Ainda assim, a dirigente do PP considerou "muito difícil" que PP e PSOE cheguem a um eventual acordo, argumentando que o líder socialista se está a agarrar ao seu acordo com o Ciudadanos (que prevê um governo só do PSOE, mas com apoio parlamentar). Por isso mesmo, considerou, Espanha poderá ter de ir a novas eleições a 26 de Junho, uma vez esgotados os dois meses de prazo para que o parlamento aprove o nome de um novo primeiro-ministro.
Cospedal também comentou as declarações do líder do Ciudadanos, Albert Rivera, no debate de quarta-feira, nomeadamente quando exortou o PP a afastar Mariano Rajoy da liderança dos "populares".
"Se calhar está a pensar numa manobra diferente, que é a de desmantelar o PP. (?) O que se passa é que Rivera sabe que num possível acordo entre PP e PSOE, o Ciudadanos deixa de ser necessário", realçou.
Por outro lado, reiterou Cospedal, a postura de Sánchez e Rivera para com o PP "seria a mesma, com Rajoy ou sem ele".
A outra possibilidade do PSOE chegar ao governo assenta num governo de coligação com a esquerda: o Podemos e as suas formações regionais (no total 69 deputados), a Izquierda Unida (2 assentos), que somaria 161 deputados. Para uma maioria que pudesse bater a direita (PP e Ciudadanos somam 163 assentos), seria ainda necessário aos socialistas alguns votos de pequenas formações como os nacionalistas catalães ou bascos.
Rajoy e Sanchéz vão reunir após nova votação de investidura
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
Trazemos-lhe um guia para aproveitar o melhor do Alentejo litoral. E ainda: um negócio fraudulento com vistos gold que envolveu 10 milhões de euros e uma entrevista ao filósofo José Gil.