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Pró-russos acusam Kiev de matar quatro pessoas ao bombardear ponte

Lusa 21 de outubro de 2022 às 07:32
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A agência de notícias russa TASS indicou que a Ucrânia lançou 12 mísseis, dos quais 11 teriam sido derrubados pela defesa aérea russa. O ataque também teria afetado 12 veículos nas proximidades da ponte.

A administração pró-russa de Kherson acusou as tropas ucranianas de matar quatro pessoas e ferir dez num bombardeamento da ponte Antonovsky, neste território do leste da Ucrânia anexado pela Rússia.

REUTERS/Alexander Ermochenko

"Como resultado do bombardeamento por terroristas do exército de [o presidente ucraniano Volodymyr] Zelensky em Kherson, três pessoas morreram, entre elas crianças, e dez civis ficaram feridos", avançou inicialmente o governador de Kherson, Vladimir Rogov, na plataforma Telegram.

Poucas horas depois, o vice-governador de Kherson, Kiril Stremusov, disse que o número total de mortos tinha subido para quatro, mas negou que qualquer criança tivesse morrido no ataque.

Também no Telegram, Stremusov acrescentou que nenhum dos feridos corre perigo de vida.

A agência de notícias russa TASS indicou que a Ucrânia lançou 12 mísseis, dos quais 11 teriam sido derrubados pela defesa aérea russa. O ataque também teria afetado 12 veículos nas proximidades da ponte.

A ponte Antonovsky é uma das principais rotas de abastecimento para as forças russas no sul da Ucrânia, razão pela qual as forças armadas ucranianas teriam interesse em atacar a infraestrutura, como fizeram com a ponte Kerch, na Crimeia.

Não é a primeira vez que o exército ucraniano ataca a ponte: em 19 de julho, as tropas russas anunciaram que a estrutura tinha sido seriamente danificada na sequência de um ataque da Ucrânia.

Cerca de 15 mil pessoas foram já retiradas da região ucraniana de Kherson, na margem esquerda do rio Dnieper, indicou, na quinta-feira, Stremusov.

Em 13 de outubro, o governador interino da região de Kherson nomeado por Moscovo, Vladimir Rogov, pediu à população civil dessa parte do território, na margem direita do Dnieper, para se dirigir para a outra margem, perante o avanço das tropas ucranianas.

No total, as autoridades pró-russas pretendem retirar entre 50 mil e 60 mil habitantes num prazo de seis dias.

Além disso, já instalaram as estruturas do poder da administração civil e militar fora da capital regional, também do outro lado do rio.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 239.º dia, 6.306 civis mortos e 9.602 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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