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Ordem dos Médicos contraria Ministro da Saúde

05 de março de 2015 às 13:11
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Segundo comunicado do Colégio de Anestesiologia da Ordem refere que entre 2003 e 2013 houve um crescimento de 20% dos anestesiologistas

A Ordem dos Médicos revelou esta quinta-feira que o número de anestesiologistas aumentou 20% em Portugal na última década, embora muitos tenham ido para o privado ou para o estrangeiro devido a piores condições no sector público.

 

Repudiando recentes declarações do ministro da Saúde sobre as cirurgias em Portugal, um comunicado do Colégio de Anestesiologia da Ordem refere que entre 2003 e 2013 houve um crescimento de 20% dos anestesiologistas, envolvendo profissionais que trabalham no público e no privado, enquanto as cirurgias cresceram 33% em oito anos, entre 2005 e 2013.

 

Na segunda-feira, o ministro Paulo Macedo admitiu que a falta de anestesiologistas pode pôr em causa o crescimento do número de cirurgias realizado em Portugal. "Temos de perceber como chegámos a esta situação de pôr em causa as cirurgias por não haver anestesiologistas em número suficiente e como vamos resolvê-la", afirmou, lembrando que "o Ministério da Saúde recruta todos os médicos disponíveis".

 

Segundo a Ordem, com a austeridade e o agravamento das condições remuneratórias iniciou-se um movimento migratório dos médicos, com particular incidência entre os anestesiologistas.

 

Além disso, o actual Governo agravou este cenário, reduzindo a carga horária dos novos anestesiologistas e proporcionalmente diminuindo o salário. Refere ainda a Ordem que, em comparação com os contractos anteriores a 2010, actualmente 10 novos contractos médicos de anestesiologistas equivalem a sete antigos.

 

Isto porque quando hoje em dia se substituem 10 anestesiologistas aposentados, os novos especialistas têm um contrato de trabalho com carga horária 30% inferior.

 

"No cenário actual não admira que o fluxo migratório, primeiro para o sector privado, depois para o estrangeiro, aumente", refere o comunicado do Colégio de Anestesiologia. "Os médicos (...) não se revêm no diagnóstico traçado pelo ministro da Saúde. Ao invés, consideram ser inquestionável e gravíssima a responsabilidade ministerial na diáspora dos anestesiologistas portuguesas", acrescenta.

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