Funeral do actor realiza-se às 15h00, com uma missa na Basília da Estrela. Corpo segue depois para o Alto de São João, onde será cremado. No velório, Marcelo agradeceu a felicidade que Breyner deu aos portugueses durante 50 anos
O funeral do actor Nicolau Breyner realiza-se esta quarta-feira, a partir das 15h00, com uma missa na Basílica da Estrela, seguindo depois para o cemitério do Alto de São João, onde o corpo será cremado. Uma cerimónia que deverá contar com figuras de todos os quadrantes – da política, às artes, passando pelo desporto – e com centenas de fãs que terão a última oportunidade de se despedir de Breyner.
Na noite de terça-feira, centenas de pessoas, entre as quais o novo Presidente da República, prestaram uma última homenagem ao actor. Na chegada do corpo à Basílica, repetiu-se uma constante da sua carreira: uma longa salva de palmas de todos os presentes.
Nicolau Breyner "partilhou a sua felicidade com os portugueses e contribuiu para criar a felicidade na vida de milhões de portugueses", afirmou o Presidente Marcelo de Rebelo de Sousa à saída da Basílica da Estrela, em Lisboa, após terminar a missa de corpo presente. "Penso, que represento o sentir de milhões de portugueses, ao agradecer-lhe a felicidade que nos deu a todos durante estes 50 anos", acrescentou o chefe de Estado, em declarações às dezenas de jornalistas presentes no local.
Além de Marcelo Rebelo de Sousa, também se deslocaram à Basílica da Estrela, entre outros, o primeiro-ministro, António Costa, o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, e o antigo líder do CDS-PP Paulo Portas. Paulo Portas e António Costa não prestaram declarações aos jornalistas, mas Pedro Passos Coelho classificou Nicolau Breyner como "o grande vulto da cultura".
Na Basílica da Estrela estiveram também muitos actores portugueses que quiseram prestar a última homenagem a Nicolau, que morreu aos 75 anos de idade. "Tenho obrigação de vir prestar humildemente os meus respeitos", afirmou Herman José, acrescentando que Nicolau Breyner foi um "segundo pai".
Herman José chegou à Basílica da Estrela acompanhado de Maria Rueff e de Joaquim Monchique, mas por lá passaram também Pedro Lima, Lia Gama, Fernando Mendes, Tozé Martinho e Vítor de Sousa.
As cerimónias de terça-feira ficaram ainda marcadas pela presença do cante alentejano, numa actuação do Grupo Coral Etnográfico da Casa do Povo de Serpa.
Nicolau Breyner, que morreu na segunda-feira, em Lisboa, aos 75 anos, foi também produtor, realizador, um homem ligado à representação, no cinema, no teatro, na formação de actores e, sobretudo, na ficção em televisão.
"A missão do actor é simplesmente emocionar as pessoas. Levá-las ao riso ou às lágrimas. Fazer com que nos odeiem ou nos amem. Enfim.... É fazê-las sonhar. Quando isso acontece, a vossa missão está cumprida". A frase, de Nicolau Breyner, inscrita no site da escola de atores NBAcademia, que fundou, possivelmente sintetiza o trabalho de uma vida ligada à representação.
Nascido em Serpa, em 1940, onde passou parte da infância, Nicolau Breyner viveu e estudou em Lisboa - canto e teatro, no Conservatório -- e fez os primeiros trabalhos como actor nos anos 1960. Estreou-se na peça Leonor Telles, de António Lopes Ribeiro, no Teatro da Trindade, e a estreia na televisão deu-se com Cruzeiro de Férias, ao lado de António Silva.
Foi porém a partir dos anos 1970, que passou a ser mais conhecido, sobretudo por causa de programas televisivos de ficção e entretenimento. Naquela década, criou o programa Nicolau no País das Maravilhas, no qual protagonizou, com um então estreante Herman José, a rábula Senhor Feliz e Senhor Contente.
Figura facilmente reconhecível pelo público português, foi também um dos motores da produção de ficção televisiva a partir dos anos 1980, quando se estreou a primeira telenovela nacional, Vila Faia, na qual foi actor, produtor e co-autor do guião.
Foi fundador da NPB Produções e tem o nome ligado a dezenas de produções de ficção, entre novelas, programas de humor e entretenimento, como Gente finaé outra coisa, Origens, Os homens da segurança, Ferreirinha, Nico d'Obra e Eu show Nico.
No cinema participou, por exemplo, em O Barão de Altamira (1986), Jaime (1999), Os imortais (2003), A Bela e o Paparazzo (2009) e Os gatos não têm vertigens (2014) e assumiu o papel de realizador, entre outros, em Contrato e Sete pecados rurais. Actualmente participava na telenovela A Impostora, da TVI.
Distinguido em 2005 com a Ordem de Mérito, desejava ver no Alentejo a criação de uma estrutura profissional de captação de produções de cinema para a região, que nunca foi completamente concretizada.
Nicolau Breyner nunca esqueceu o Alentejo e cumpriu funções políticas na região. Nos anos 1990, candidatou-se à autarquia de Serpa, pelo CDS-PP, e assumiu funções como vereador. Nas eleições de 1969, colaborou com a Comissão Eleitoral para a Unidade Democrática, movimento de oposição liderado por Mário Soares.
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