Sábado – Pense por si

O primeiro ano de Fernando Medina à frente da CML

05 de abril de 2016 às 08:53
As mais lidas

O anúncio de várias intervenções no espaço público e o início de algumas obras marcam o início da actividade do presidente da Câmara

O anúncio de intervenções no espaço público e o início de algumas obras, acompanhadas por críticas de vereadores da oposição, marcaram o primeiro ano do socialista Fernando Medina à frente da Câmara de Lisboa.

A 6 de Abril de 2015, o até então vice-presidente do município e responsável pelas pastas do Turismo, Finanças e Recursos Humanos passou a presidir à autarquia devido à saída de António Costa para preparar as legislativas.

Desde aí, anunciou o lançamento de empreitadas para requalificar o denominado Eixo Central (avenidas da República e Fontes Pereira de Melo), os largos de Santos e da Graça e a Rua de Campolide, intervenções que devem iniciar-se em Junho inseridas no programa Uma praça em cada bairro.

Destas, a que levantou mais polémica no executivo - liderado pelo PS (partido que tem um acordo com o movimento Cidadãos por Lisboa) e que conta com o PSD, o PCP e o CDS-PP na oposição - foi a do Eixo Central, que por 7,5 milhões de euros contempla espaços verdes, ciclovias e passeios mais largos e implica reduzir o estacionamento à superfície.

O partido mais crítico foi o CDS, que acusou a maioria socialista de "pensar em calendários eleitorais" e se recusar a ouvir os moradores, o que originou longos debates sobre o projecto, aprovado em Setembro passado.

Uma discussão mais ampla teve o projecto do PS para a Segunda Circular, processo que se iniciou em Dezembro passado e culminou com a aprovação do documento em Março, depois de várias críticas e alterações, inclusive nas datas e no orçamento.

O plano, de 12 milhões, inclui a plantação de árvores no separador central, a redução da velocidade máxima, a redução de faixas e a reabilitação do piso.

CDS-PP e PSD votaram contra. Enquanto o primeiro sustentou que o processo "revela falta de planeamento e uma enorme trapalhada", os sociais-democratas alegaram que "estas verbas podiam ter sido aproveitadas para outras áreas mais necessárias de intervenção".

Antes, no final de 2015, arrancaram as obras no Campo das Cebolas, do Corpo Santo e do Cais do Sodré, que vão originar "uma nova frente ribeirinha" em 2017, segundo Fernando Medina.

No início deste ano, o autarca fez um balanço do plano de pavimentação da cidade lançado em Julho de 2015 para contrariar uma das principais queixas dos munícipes. Seis meses depois, 64 obras estavam concluídas ou em curso, num investimento de 10 milhões.

No que toca a infraestruturas, aprovou-se o início da reabilitação do pavilhão Carlos Lopes e foi anunciado um novo local para a Feira Popular em Carnide.

Entretanto, houve duas tentativas de venda dos antigos terrenos da feira, em Entrecampos, por um valor base de 135,7 milhões de euros, sem que aparecessem interessados que cumprissem os requisitos.

Quanto à habitação social, Fernando Medina garantiu na tomada de posse que iria "lançar um vasto programa de habitação a renda acessível", destinado a 5 mil famílias da classe média. Apesar de ainda pouco se conhecer, já se sabe que algumas destas casas estarão localizadas em Arroios, em Benfica e no Beato.

No que toca ao emprego, o responsável tem vindo a defender a aposta nas novas tecnologias e nas start-up, que a seu ver estão "cada vez mais na base económica da cidade".

Nestes meses, Fernando Medina enfrentou críticas relacionadas com as taxas municipais turística (já cobrada nos hotéis, mas com aplicação ainda por definir nas entradas por barco e avião) e de protecção civil.

Também a regulamentação dos minicarros turísticos (os chamadostuk tuk) e dos horários dos estabelecimentos, a autorização de obras privadas (como a ampliação de antigos restaurantes em Belém e a criação de uma torre de escritórios em Picoas), os licenciamentos turísticos e a venda de património municipal mereceram reparos e geraram polémica.

O autarca bateu-se por questões como a crise dos refugiados, a reversão da concessão dos Transportes de Lisboa (holding que detém a rodoviária Carris e o Metropolitano) e da reestruturação do sector das águas e contra a Estrutura de Missão da Estratégia Integrada de Belém.

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.