Uma nova coluna de ajuda humanitária com 44 camiões dirigiu-se hoje para a cidade síria cercada há seis meses por forças pró-governamentais que se tornou um símbolo do desespero e do sofrimento da população civil síria
Uma nova coluna de ajuda humanitária dirigiu-se hoje para Madaya, cidade síria cercada há seis meses por forças pró-governamentais que se tornou um símbolo do desespero e do sofrimento da população civil síria.
Um total de 44 camiões com bens alimentares e medicamentos partiram hoje de manhã de Damasco em direcção a Madaya, a cerca de 40 quilómetros a oeste da capital síria.
Após vários meses sem qualquer apoio, os cerca de 40 mil habitantes de Madaya receberam na segunda-feira a primeira coluna de ajuda humanitária.
As informações sobre casos de fome e carências alimentares nesta cidade provocaram um clamor internacional e obrigaram o regime sírio a autorizar o acesso à localidade.
"A prioridade é trazer farinha e produtos de higiene", afirmou Pawel Krzysiek, porta-voz do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICR) em Damasco.
Equipas médicas também integram esta nova coluna.
É "essencial" permitir a entrada de médicos em Madaya "para examinar os doentes e determinar o estado de saúde das pessoas", disse uma porta-voz do Gabinete de Coordenação Humanitária da ONU (OCHA), Linda Tom.
Neste momento, estão a decorrer negociações, conduzidas pelas organizações humanitárias, para retirar da cidade os casos mais graves de subnutrição e os doentes.
O coordenador humanitário da ONU na Síria, Yacoub el Hillo, precisou, em declarações à agência francesa AFP, que a Organização Mundial de Saúde (OMS) está em "negociações difíceis" com o regime de Damasco sobre o possível transporte de pessoas para fora da cidade sitiada.
A situação humanitária em Madaya foi qualificada como catastrófica pelos elementos das organizações que entraram na segunda-feira naquela cidade, localizada perto da fronteira com o Líbano.
"Vimos várias pessoas que sofriam claramente de subnutrição, especialmente crianças, e constatamos que centenas de pessoas precisavam urgentemente de tratamentos médicos que não podem ser fornecidos em Madaya", relatou a porta-voz do OCHA.
Segundo a organização Médicos sem Fronteiras (MSF), pelo menos 28 pessoas morreram de fome em Madaya desde o passado dia 1 de Dezembro.
Foua e Kafraya, outras duas localidades sírias sitiadas mas por forças rebeldes, também vão receber ajuda humanitária.
Uma segunda coluna com 17 camiões dirigiu-se hoje para estas duas localidades da província de Idleb (noroeste da Síria), segundo afirmou Pawel Krzysiek.
A Cruz Vermelha reiterou na quarta-feira o seu pedido para fazer um levantamento de todas as localidades cercadas na Síria, assegurando que pelo menos 400 mil pessoas vivem sitiadas naquele país.
Desde março de 2011, o conflito civil sírio já provocou mais de 260 mil mortos e milhões de deslocados.
Nova coluna de ajuda humanitária já chegou a Madaya
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O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.