Sábado – Pense por si

Nicolás Maduro eleva a ministro general acusado de tráfico de droga

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, nomeou na terça-feira ministro do Interior o general Néstor Luís Reverol Torres, acusado no mesmo dia pelos Estados Unidos da América de ligações ao tráfico de cocaína

Com 51 anos, o ex-director do Escritório Nacional Antidrogas da Venezuela e director da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar), Néstor Reverol foi acusado na terça-feira pelos Estados Unidos de estar alegadamente vinculado ao tráfico de cocaína.

No mesmo dia, o militar foi nomeado ministro pelo Presidente da Venezuela.

"Designei o major general Néstor Reverol como novo ministro do Interior, Justiça e Paz, para que vá fortalecer a Operação de Libertação do Povo [programa governamental de combate à criminalidade]", disse o Presidente venezuelano durante o programa de rádio e televisãoEm contacto com Maduro.

Nicolás Maduro condenou as acusações dos EUA e definiu o general como "um patriota", "um homem valente" que "bateu recordes na captura de narcotraficantes internacionais" e agora dará "duros golpes a grupos paramilitares".

"Foi o melhor (...), a máfia do narcotráfico está nos Estados Unidos. Las Vegas é como uma grande máquina de lavar do tráfico de droga, que arrancou nos anos 40 e 50", disse.

Maduro nomeou, por outro lado, o actual vice-ministro da Indústria, Carlos Faria, como novo ministro de Indústria e Comércio. Além disso, o deputado socialista Ricarlo Molina substituirá ao actual ministro de Obras Públicas e Transporte.

As autoridades norte-americanas formalizaram na terça-feira uma acusação por alegado tráfico de cocaína contra dois ex-dirigentes do Escritório Nacional Antidrogas (ONA) da Venezuela: o general Néstor Luís Reverol Torres e o ex-subdirector daquele organismo e actual adido militar venezuelano na Alemanha, Edylberto José Molina Molina.

A acusação, segundo informação publicada na página na Internet do Departamento de Justiça dos EUA, foi formalizada pelo Tribunal Federal do Distrito de Nova Iorque, sendo os acusados alegadamente responsáveis de participar numa "conspiração para distribuição internacional de cocaína" entre Janeiro de 2008 e Dezembro de 2010, quando ambos estavam encarregados da luta contra o tráfico de narcóticos.

Segundo o procurador Robert L. Alcaparras, durante aquele período, os acusados terão recebido "pagamentos de traficantes de droga a troco de os ajudar na distribuição de cocaína para importação definitiva nos Estados Unidos".

Em troca dos pagamentos, os traficantes terão sido alertados de futuras rusgas antidrogas e os lugares em que os agentes da ordem na Venezuela realizavam operações de luta contra o tráfico de substâncias estupefacientes, permitindo que os traficantes trocassem os pontos de armazenamento e as rotas de transporte.