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Morreu o ator e encenador António Reis, cofundador da Seiva Trupe

05 de abril de 2022 às 16:59
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António Reis iniciou atividade nos anos de 1960 no Grupo dos Modestos, num espetáculo de Joseph Kesserling, e ingressou depois no Teatro Experimental do Porto, em 1970, onde fez a estreia profissional e trabalhou durante dois anos.

O ator António Reis, cofundador da Seiva Trupe e do Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI), morreu esta terça-feira, aos 77 anos, no Porto, em consequência de doença prolongada, disse à agência Lusa fonte da companhia teatral.

"Ao seu nome ficam ligadas memórias e as raízes do teatro no Porto", sublinhou a Companhia Seiva Trupe, lamentando que perde "um dos seus alicerces em que se fundou e cresceu nestes mais de 48 anos".

António Reis iniciou atividade nos anos de 1960 no Grupo dos Modestos, num espetáculo de Joseph Kesserling, e ingressou depois no Teatro Experimental do Porto, em 1970, onde fez a estreia profissional e trabalhou durante dois anos.

Em 1973, juntamente com Júlio Cardoso e Estrela Novais -- também vindos do Teatro Experimental do Porto -, António Reis cofundou a Seiva Trupe, onde foi ator, mas também encenador, cenógrafo, diretor de produção e diretor de cena, refere o Centro de Estudos de Teatro, da Universidade de Lisboa, na sua base de dados.

"Foram dezenas os êxitos, quer no palco, quer como corresponsável da emblemática estrutura teatral do Porto, sendo difícil distinguir, pelas suas qualidade e personalidade inconfundíveis, a escolha entre o famosoUm Cálice de Porto ou, antes, emPerdidos numa Noite Sujade Plínio Marcos, ou, depois emMacbeth de Shakespeare ouUma Visita Inoportuna de Copi", escreveu o Seiva Trupe em nota de pesar.

A par do teatro, António Reis também fez cinema e televisão, tendo trabalhado, sobretudo, com Manoel de Oliveira, em filmes comoVale Abraão (1992) eSingularidades de uma rapariga loira(2008).

António Reis foi igualmente um dos fundadores do FITEI - Festival de Teatro de Expressão Ibérica e, ao longo da carreira, recebeu alguns prémios pelo labor no teatro português, nomeadamente a Medalha de Mérito Cultural da Câmara Municipal do Porto (1988), a comenda da Ordem do Infante (1995) e o prémio Lorca, pela Universidade de Granada em Espanha (1995).