Sábado – Pense por si

Migrações: Amnistia Internacional alerta para agressões a mulheres

18 de janeiro de 2016 às 17:40
As mais lidas

A maioria das vítimas diz que, em quase todos os países por onde passou, sofreu abusos físicos e exploração financeira

Um relatório da organização não-governamental Amnistia Internacional (AI) alertou para os perigos de agressão e assédio sexual que sofrem as mulheres refugiadas nas deslocações através da Europa e pediu mais protecção governamental.

A AI, com sede em Londres, entrevistou 40 mulheres e raparigas oriundas do Iraque e da Síria e actualmente migrantes na Alemanha e Noruega, que chegaram à Grécia e atravessaram os Balcãs.

"Muitas disseram que em quase todos os países por onde passaram, foram vítimas de abusos físicos e exploração financeira, pressionadas a ter relações sexuais com traficantes, pessoal da segurança e outros refugiados", afirma o relatório.

O documento da organização de defesa dos direitos humanos sublinha que mulheres e raparigas que viajavam sozinhas ou acompanhadas apenas pelos filhos eram alvos fáceis de ameaças nos campos de refugiados na Hungria, Croácia e Grécia, onde tinham de dormir ao lado dos homens e partilhar casas de banho e duches.

"Se esta crise humanitária acontecesse em qualquer outra parte do mundo, teríamos assistido à aplicação imediata de medidas práticas para proteger os grupos mais fracos e sujeitos a abusos e agressões", disse Tirana Hassan, director de resposta a crises da AI. "Isso significaria, no mínimo, a criação de casas de banho separadas por sexos, bem iluminadas, e zonas para dormir seguras e diferenciadas", acrescentou.

Uma iraquiana de 22 anos disse à AI que, quando estava na Alemanha, um guarda uniformizado lhe ofereceu algumas roupas em troca de "algum tempo a sós" com ele.

"A melhor maneira de evitar abusos e exploração de traficantes é a criação pelos governos europeus de rotas legais e seguras, desde o ponto de partida", sublinhou.

Urbanista

A repressão nunca é sustentável

Talvez não a 3.ª Guerra Mundial como a história nos conta, mas uma guerra diferente. Medo e destruição ainda existem, mas a mobilização total deu lugar a batalhas invisíveis: ciberataques, desinformação e controlo das redes.