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Jovens portugueses consomem muitos tranquilizantes e sedativos

20 de setembro de 2016 às 15:31
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O consumo de álcool e de drogas por jovens de 16 anos diminuiu nos últimos quatro anos na Europa. Dinamarca e a Áustria têm maior prevalência de embriaguez

Portugal situa-se abaixo da média europeia quanto ao consumo de drogas e álcool, mas ainda assim com consumos elevados neste último caso. Nos últimos quatro anos o consumo de álcool e tabaco entre jovens até aos 16 anos tem vindo a diminuir na Europa. Porém, os jovens portugueses destacam-se quanto ao crescente consumo de "tranquilizantes/sedativos com receita médica". 

As conclusões constam do European School Survey Project on Alcohol and other Drugs (ESPAD) entre 2011 e 2015, feito junto de alunos que completaram 16 anos no ano da recolha de dados.

Relativamente a "grandes tendências", nesse período os resultados a nível europeu apontam para descidas no consumo de álcool e tabaco e para uma estabilização no consumo de drogas, na maioria dos países.

No que respeita ao álcool, a percentagem de alunos europeus que já experimentaram estas bebidas ronda os 81%, os que beberam no último ano situam-se nos 71% e os que declaram um consumo corrente (últimos 30 dias) andam pelos 47%.

Estes valores traduzem maioritariamente uma diminuição, sendo que em Portugal os valores são mais baixos: 71% tinham experimentado bebidas alcoólicas, 66% tinham-nas consumido no último ano e 42% beberam no último mês.

Quanto a bebedeiras apanhadas por alunos portugueses, os números baixam consideravelmente para 22% nos últimos 12 meses (28% na Europa) e para 9% nos últimos 30 dias (13% na média europeia).

Na maioria dos países diminuiu a percentagem de alunos que tiveram consumos intensivos esporádicos nos últimos 30 dias (binge drinking), traduzindo uma média de 35%, embora seja alta em alguns países e bem mais baixa em Portugal (20%).

A percepção da facilidade de acesso ao álcool está a diminuir, mas mesmo assim continua alta: 78% na Europa e 79% em Portugal.

Em 2015, a Dinamarca e a Áustria encabeçavam os países com maiores prevalências de embriaguez ebinge drinking. Portugal estava entre os países com menos consumos intensivos.

Relativamente às drogas, a percentagem de alunos que até aos 16 anos já tinham experimentado está a estabilizar: 16% em Portugal (18% média europeia), sendo a canábis a mais experimentada (17% na Europa e 15% em Portugal), a mais consumida no último ano (13% na Europa e em Portugal) e no último mês (7% na Europa e em Portugal).

As "outras drogas" (sem canábis, nem novas substâncias psicoactivas) têm níveis de consumo mais baixos (5% de média europeia e 4% em Portugal), mas as novas substancias psicoactivas em alguns países são mais consumidas do que "outras drogas", sendo a média europeia de experimentação de 4% e em Portugal apenas 1%.

A percepção da facilidade de acesso às drogas estável, com uma média de percepção de acesso fácil ou muito fácil a rondar os 32%.

Em 2015, o país com maiores percentagens de experimentação e com maiores percentagens de consumos correntes de canábis foi a França.

Globalmente, os rapazes consomem mais canábis e bebem mais álcool do que as raparigas.

No que respeita ao tabaco, o seu consumo está a diminuir globalmente, com 47% dos jovens europeus a assumirem terem experimentado, bastante mais do que a média portuguesa (37%).

Os que declararam consumos correntes (22% na Europa e 19% em Portugal) diminuíram, assim como os que declararam consumos diários (13%, contra 9% portugueses).

A percepção da facilidade de acesso ao tabaco está a diminuir, mas continua alta (a rondar os 60%), e a percentagem dos que começaram a fumar antes dos 13 anos também está em queda (cerca de 24%).

Globalmente já há mais raparigas do que rapazes a consumir tabaco.

Relativamente a outros comportamentos aditivos, os jogos na internet são praticados por cerca de 23% dos alunos, 4 ou mais dias por semana, sendo que em Portugal essa percentagem situa-se nos 20%

Trata-se de uma actividade maioritariamente masculina, praticada em Portugal por 39% de rapazes e 5% de raparigas.

Já o jogo a dinheiro, foi declarado nos últimos 12 meses por 6% dos jovens portugueses, menos de metade do registado na Europa (14%), sendo igualmente uma actividade mais masculina (14% de rapazes e 4% de raparigas em Portugal).

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