O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional não quer que a responsabilidade recaia sobre os guardas
O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional defendeu esta terça-feira que o inquérito à fuga dos reclusos da prisão de Caxias deve ter em conta todas as condições do estabelecimento para a responsabilidade não recair sobre os guardas.
Falta de guardas prisionais, rádios e problemas no sistema de vigilância, bem como uma luminosidade deficiente e visibilidade diminuta das torres de vigia são algumas das faltas de condições apontadas pelo presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, Jorge Alves."Nós fazemos o que podemos com as condições que temos", afirmou Jorge Alves em conferência de imprensa em frente ao Estabelecimento Prisional de Monsanto.
Lembrando o dia em que os três reclusos, dois chilenos e um português, fugiram do Estabelecimento Prisional de Caxias, na madrugada de domingo, Jorge Alves contou que dois guardas que deviam estar naquela prisão estavam a acompanhar dois presos num hospital público. Segundo o sindicalista, os dois guardas deviam estar no interior do pavilhão do reduto norte, onde aconteceu a fuga, "a garantir a segurança" e a reforçar o efectivo. Em vez disso, estavam num hospital público a garantir a segurança e vigilância de dois reclusos.
Outra dificuldade apontada pelo sindicalista é a falta de visibilidade de algumas torres de vigia, afirmando que, "em muitos estabelecimentos estão muito ao nível do solo", não permitindo "uma visão longitudinal se acontecer alguma coisa naquele alinhamento". A visibilidade também é dificultada pela altura da erva, que "não é cortada há muito tempo" e pela deficiente luminosidade periférica do estabelecimento prisional.
Em Outubro e Novembro houve duas tentativas de fuga em Caxias e os guardas detectaram junto da torre os reclusos porque tinham mais visibilidade", contou o presidente do sindicato.
Por outro lado, "não há rádio e o sistema de CCTV não está a funcionar", adiantou, defendendo que também é necessário perceber "quantas horas os guardas estiveram lá a trabalhar sem rendição" e "a possibilidade de existir um apoio de fora" para a concretização da fuga. São estas condições que "é preciso perceberem no inquérito que vão realizar, porque "é muito fácil" as pessoas "fugirem à responsabilidade".
"É processo disciplinar nos guardas, que se calhar estavam a dormir, que é aquilo que vão querer concluir. É o que acontece sempre, infelizmente", lamentou Jorge Alves. A Direcção Geral dos Serviços Prisionais instaurou um processo de averiguações, a cargo do Serviço de Auditoria e Inspecção da Direcção Geral. Os dois reclusos chilenos que se evadiram da prisão de Caxias foram detidos no domingo no aeroporto de Madrid, com passaportes falsos, mas um deles foi libertado pelas autoridades espanholas, segundo a Polícia Nacional espanhola.
Uma outra fonte ligada ao processo explicou à Lusa que um atraso no envio e recepção em Espanha do mandado de detenção europeu (MDE) permitiu que um dos chilenos evadidos fosse libertado, facto para o qual também contribui não existir vaga no centro de detenção espanhol. Em comunicado divulgado no domingo, a Direcção Geral dos Serviços Prisionais indicou que os dois cidadãos chilenos, com 29 e 30 anos, e um português com 30 anos, se encontravam presos a aguardar julgamento por crimes de furto e roubo em processos criminais distintos.
Inquérito à fuga deve ter em conta condições da prisão
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