O incêndio na Catedral de Notre-Dame, em Paris, "deixa marcas naquilo que é a identidade artística da civilização europeia", afirma o historiador Marco Daniel Duarte.
O incêndio na Catedral de Notre-Dame, em Paris, "deixa marcas naquilo que é a identidade artística da civilização europeia", disse à Lusa o historiador Marco Daniel Duarte, um dos coordenadores do projeto Rota das Catedrais, do Ministério da Cultura.
"O fogo na Catedral de Notre-Dame deixa marcas naquilo que é a identidade artística da civilização europeia. A Europa tem matrizes que vêm da Grécia e de Roma, mas sabemos que se constrói, fundamentalmente, a partir da Idade Média, e na Idade Média as catedrais são o edifício por excelência da identidade europeia, Notre-Dame simboliza tudo isto", disse o diretor do Museu do Santuário de Fátima.
"Ao arderem aqueles pináculos é toda uma civilização que está a arder, e que se confronta com a sua própria identidade, que neste momento sofre", disse Marco Daniel Duarte, membro da Sociedade Científica da Universidade Católica Portuguesa, que afirmou que lhe custa falar perante tanta "devastação".
"Toda a cultura da catedral - que significa não apenas a parte religiosa, enquanto sede episcopal, mas também como centro da cidade que se desenvolve à sua volta, a catedral estava na Idade Média no centro da cidade -, é uma grande metáfora daquilo que é a civilização europeia", afirmou.
"Para além dos pináculos que vêm abaixo, dos vitrais que se partem, das abóbadas desmoronadas, das gárgulas, há todo um património imaterial que está associado aquilo que estamos a assistir".
O investigador referiu ainda que o incêndio põe em causa alguns objetos devocionais, nomeadamente relíquias da "Paixão de Cristo" que são veneradas pelos católicos nesta altura do calendário religioso, nomeadamente uma parte da coroa de espinhos de Jesus Cristo.
Marco Daniel Duarte é doutorado em História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, é académico-correspondente da Academia Portuguesa da História, membro da Associação Portuguesa de Historiadores da Arte e do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX, da Universidade de Coimbra
A Catedral de Notre-Dame foi edificada em 1163, iniciou a função religiosa em 1182, embora os trabalhos de construção tenham prosseguido até 1345.
O incêndio na catedral de Notre-Dame de Paris começou cerca das 18:50 locais (17:50 em Portugal) e atingiu toda a estrutura do edifício, segundo o porta-voz do monumento, André Finot.
Cerca de uma hora depois de ter começado o incêndio, a torre de Notre-Dame desmoronou-se.
Os bombeiros disseram que o incêndio terá começado no sótão da catedral e admitiram que a situação poderá estar ligada aos trabalhos de reabilitação do edifício, que é o monumento histórico mais visitado da Europa.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, que tinha um discurso à nação agendado para esta noite, centrado em medidas de revitalização económica, adiou a comunicação em consequência do incêndio.
"Notre-Dame de Paris consumida pelas chamas. Emoção de uma nação inteira. Pensada para todos os católicos e para todos os franceses. Como todos os nossos compatriotas, estou triste esta noite por ver a arder uma parte de nós", escreveu Macron no Twitter, antes de se dirigir para o local.
Entre as primeiras mensagens de pesar e de solidariedade contam-se as dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, bem como dos chefes de Governo da Alemanha, Angela Merkel, e de Espanha, Pedro Sanchéz.
A catedral de Notre-Dame foi edificada em 1163 e iniciou a função religiosa em 1182, embora os trabalhos de construção tenham prosseguido até 1345.
Incêndio de Notre Dame deixa marcas no que é a identidade europeia
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