Sábado – Pense por si

Costa acusa o Governo de querer "mais austeridade"

O líder socialista defende que é de todo o interesse que a crise do euro "passe o melhor possível e o mais depressa possível"

O secretário-geral do PS afirmou, na quinta-feira, no Barreiro que o Governo deveria ter aproveitado o pedido de redução da austeridade na Grécia para propor o mesmo em todos os países europeus.

 

"Quando aparece um governo que diz que pretende menos austeridade na Grécia, o Governo português em vez de aproveitar para dizer: Vamos criar condições para diminuir a austeridade em todos os países, e também em Portugal, não. O que quer é que haja mais austeridade para os gregos, como se isso diminuísse a austeridade que nós próprios sofremos", disse António Costa, que falava num debate com jovens e reformados.

 

"O que é do nosso interesse é que esta crise do euro passe o melhor possível e o mais depressa possível", disse, acrescentando que o problema não se resolve se a crise se arrastar ou se acabar com a humilhação de alguns dos intervenientes".

 

A emigração dos jovens portugueses, face à ausência de emprego e às baixas remunerações, bem como as preocupações dos reformados com as baixas pensões e com o aumento da idade da reforma foram alguns dos temas que suscitaram várias perguntas ao deputado e ex-ministro da Segurança Social, Vieira da Silva, e ao líder socialista, António Costa.

 

A par de muitas críticas à política do actual Governo PSD/CDS, que os dirigentes socialistas dizem ser responsável pelo retrocesso do país nos últimos quatro anos, ficaram também alguns compromissos, como a necessidade de renovar a administração pública portuguesa.

 

No 'Encontro de Gerações', que se insere num périplo do líder socialista que decorre até ao debate do Estado da Nação, no dia 8 de Julho, António Costa defendeu que a solução de alguns dos principais problemas da sociedade portuguesa, como o desemprego e a quebra de receitas da Segurança Social, passa pela criação de emprego.

 

"O emprego é a causa das causas, porque diz respeito a toda a gente. Diz respeito a quem não tem e procura emprego, diz respeito a quem tem emprego e tem a angústia de o perder, diz respeito àqueles que estão em situação precária e querem ganhar segurança, diz respeito aos reformados, que precisam que haja empregados que façam as contribuições para continuar a assegurar o pagamento corrente da segurança social", disse.

 

"E eu tenho dito que o emprego até diz respeito às crianças que estão por nascer, porque se nós queremos aumentar a natalidade temos de ter, antes de mais, emprego. Porque sem emprego não há aumento da natalidade", acrescentou o líder socialista, salientando que o problema só se resolve quando Portugal for capaz de proporcionar emprego e boas condições de vida aos jovens portugueses e voltar a atrair imigrantes de outros países.

 

Esta sexta-feira, o secretário-geral do PS termina a visita ao distrito de Setúbal com a participação num encontro de cidadãos e associações com actividade no Vale da Amoreira, designadamente com a Associação Cabo-verdiana (10:00), a que se segue, pelas 11:30, uma visita ao Tribunal Judicial de Sesimbra.

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O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.