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Activista chinês morre na prisão e família quer conhecer causas

05 de novembro de 2015 às 17:47
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O activista Zhang Liumao foi detido em Agosto passado sob a acusação de "perturbação da ordem pública" e morreu repentinamente esta semana enquanto cumpria pena de prisão

Um activista chinês morreu quando estava a cumprir pena numa prisão, anunciou esta quinta-feira, dia 5, a família do detido em declarações à agência espanhola EFE, denunciando que as autoridades chinesas não esclareceram as causas da morte.

De acordo com organizações de defesa dos Direitos Humanos, como é o caso da Chinese Human Rights, esta situação não é inédita e revela a impunidade que abrange os funcionários que cometem "abusos" na China, onde a tortura nas prisões é uma prática regular.

O activista Zhang Liumao foi detido em Agosto passado sob a acusação de "perturbação da ordem pública", uma acusação muito utilizada pelas autoridades chinesas contra activistas e dissidentes.

Na altura da detenção, o ativista trabalhava numa revista não oficial de Cantão, no sul da China.

A irmã de Zhang Liumao, Zhang Wuzhou referiu que o activista morreu no início desta semana num centro de detenção em Cantão em "circunstâncias suspeitas".

Segundo a irmã do activista, Zhang Liumao não teve acesso a um advogado durante vários meses, período durante o qual a família não teve conhecimento da sua localização.

As autoridades acabariam por contactar a família para informar da morte do activista.

"Ninguém explicou como ele morreu", frisou a irmã, que quer ter acesso ao corpo do irmão para esclarecer se o activista "sofreu algum tipo de tortura".

De acordo com a irmã, o corpo do activista está sob a tutela das autoridades, que perguntaram entretanto à família se queria que o corpo fosse cremado.

"Antes queremos ver o corpo", insistiu a familiar.

A irmã acrescentou que Zhang Liumao tinha sido diagnosticado com um cancro nas fossas nasais e que tinha sido submetido a um tratamento de quimioterapia antes de ser detido em Agosto último.

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