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Global Media avança com cortes salariais a partir dos 2.000 euros brutos

21 de abril de 2021 às 19:57
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Há praticamente um ano, mais concretamente em 20 de abril, a Global Media Group informava o mercado que iria entrar em processo de 'lay-off', abrangendo 538 trabalhadores, para defender a sustentabilidade dos seus quase 700 postos de trabalho diretos.

A Global Media vai avançar com um "plano de apoio à retoma" a partir da segunda semana de maio, que vai implicar cortes nos salários a partir de 2.000 euros brutos, disseram esta quarta-feira à Lusa trabalhadores.

A Global Media Group detém títulos comoDiário de Notícias(DN),Jornal de Notícias(JN) e TSF, entre outros.

O plano é "transversal a todo o grupo de media", afetando jornais, gráfica e distribuição, acrescentaram.

A informação foi transmitida hoje aos trabalhadores pelas chefias das diversas unidades de negócio.

A Lusa tentou contactar a administração, mas até ao momento não possível obter um comentário.

Fontes contactadas pela Lusa adiantaram que não foi avançado até quando esta medida estará em vigor.

Umas das fontes disse que o plano pode decorrer, no máximo, até setembro, sendo que durante este período não haverá despedimentos.

A pandemia teve um impacto "inesperado" nas receitas do grupo, que neste momento está a concluir o processo de despedimento coletivo, disse uma outra fonte à Lusa.

Esta medida, adiantou uma outra fonte, também vai levar a uma redução de 30% do horário de trabalho.

O apoio à retoma progressiva dirige-se a empresas com quebras de faturação de pelo menos 25%, podendo o empregador reduzir o horário de trabalho em função da quebra de faturação.

Ao abrigo desta medida excecional, as empresas recebem da Segurança Social um apoio para o pagamento das horas não trabalhadas, sendo que o trabalhador tem direito a 10% da remuneração até ao limite de três salários mínimos nacionais (1.995 euros).

O pagamento do apoio a 100% até ao limite dos três salários mínimos foi uma medida criada com o Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) para minimizar o corte de rendimentos dos trabalhadores que vejam o horário de trabalho ser reduzido no âmbito do apoio à retoma progressiva. As remunerações acima daquele valor (1.995 euros) ficam sujeitas a um corte.

Antes do OE2021, o trabalhador recebia 4/5 das horas não trabalhadas, sendo 70% deste valor pago pela Segurança Social e 30% pelo empregador. Com o OE2021, a Segurança Social passou a pagar um apoio que faz com que o trabalhador não tenha qualquer corte até três salários mínimos (ou seja, o empregador mantém o pagamento dos 30% que lhe correspondiam com corte e a Segurança Social paga o resto).

As empresas que peçam o apoio à retoma progressiva ficam proibidas de cessar contratos de trabalho ao abrigo das modalidades de despedimento coletivo, de despedimento por extinção do posto de trabalho, ou de despedimento por inadaptação, nem iniciar os respetivos procedimentos, durante o período de redução, bem como nos 60 dias seguintes.

O recurso ao apoio à retoma progressiva decorre dois meses depois do empresário Marco Galinha, dono do grupo Bel, ter sido eleito presidente do Conselho de Administração da Global Media Group (GMG), e quase seis meses depois da empresa ter anunciado um processo de despedimento coletivo que abrangia 81 colaboradores, 17 dos quais jornalistas, em diferentes áreas.

Há praticamente um ano, mais concretamente em 20 de abril, a Global Media Group informava o mercado que iria entrar em processo de 'lay-off', abrangendo 538 trabalhadores, para defender a sustentabildidade dos seus quase 700 postos de trabalho diretos.

De acordo com um documento que Lusa teve acesso em novembro, a Global Media previa uma redução de 7,8 milhões nos custos salariais este ano, na sequência do despedimento coletivo.

No documento, a GMG adiantava que esperava reduzir os gastos operacionais, com todas as medidas de reestruturação, em cerca de 15 milhões de euros, já em 2021.

Além disso, estimava para este ano um resultado operacional positivo e um lucro em 2022.

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