Secções
Entrar

Zaporíjia: "Integridade física" da central nuclear "foi violada" durante ocupação

Lusa 01 de setembro de 2022 às 21:50

Vários membros da missão deverão permanecer no seu interior até "domingo ou segunda-feira" para estudar profundamente o estado da maior central nuclear da Europa

A "integridade física da central" nuclear ucraniana de Zaporijia, ocupada pelas tropas russas, "foi violada", declarou etsa quinta-feira o diretor da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, depois de uma missão inspecionar as instalações.

REUTERS/Anna Voitenko

"A integridade física da central foi violada várias vezes", declarou Grossi à imprensa ao regressar ao território controlado por Kiev com uma parte da missão da AIEA. "Não temos elementos para fazer uma avaliação, [mas] é uma coisa que não pode continuar a acontecer", acrescentou.

Vários membros da missão vão lá ficar até "domingo ou segunda-feira" para estudar profundamente o estado da central, a maior da Europa e cujas instalações foram bombardeadas diversas vezes, fazendo temer uma catástrofe nuclear, precisou Grossi. "Vamos ter aqui muito trabalho para analisar determinados aspetos técnicos", observou.

A AIEA tenciona também "manter uma presença permanente" na central além dessa data, sublinhou o responsável, sem fornecer mais pormenores. Depois de ter chegado à central vindo da cidade de Zaporijia, a cerca de 120 quilómetros por estrada, Grossi disse ter visto "muitas coisas" durante as "quatro ou cinco horas" que passou no local.

"Conseguimos visitar a totalidade das instalações. Estive nas unidades [dos reatores], vi o sistema de emergência e outras áreas, as salas de controlo", enumerou, elogiando os trabalhadores ucranianos que continuam a trabalhar na central desde a sua ocupação, em março, pelo exército russo. "É claro que eles estão numa situação difícil, mas têm um grau de profissionalismo incrível", afirmou Grossi.

Descreveu, em seguida, a "situação bastante difícil" da sua equipa que ouviu fogo de artilharia pesada durante a viagem até à central e ao atravessar a linha da frente. "Houve momentos em que eram evidentes os disparos de metralhadoras, artilharia pesada, morteiros duas ou três vezes – estávamos muito preocupados", admitiu o diretor da AIEA.

Há várias semanas que Moscovo e Kiev se acusam mutuamente de atacar a central nuclear. Um dos dois reatores ativos foi desligado devido a bombardeamentos que os ucranianos atribuem às forças russas, ao passo que a Rússia acusa a Ucrânia de ter enviado equipas para sabotarem a maquinaria da central localizada ao longo do rio Dnieper, cuja margem esquerda é controlada neste setor por tropas russas.

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela