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"Blue Friday", movimento quer lutar contra consumismo e defender os oceanos

Lusa 19 de novembro de 2022 às 12:45

Iniciativa pretende ser "uma oportunidade para propor soluções concretas para as ameaças a todos os ambientes marinhos, não apenas ao Mediterrâneo".

A Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO (COI-UNESCO) vai apresentar na próxima semana em Veneza, Itália, a iniciativa "sexta-feira azul", em resposta à "sexta-feira negra" e em defesa dos oceanos.

REUTERS/Pedro Nunes

A chamada "Black Friday", na última sexta-feira de novembro, inaugura o período de compras de Natal com grandes descontos e é um dos expoentes máximos do consumismo, tendo começado nos Estados Unidos, espalhando-se depois por todo o mundo.

Este ano, pela primeira vez, a COI-UNESCO lança a "Blue Friday", nos próximos dias 25 e 26, para "transformar um evento puramente consumista num momento de reflexão dedicado à salvaguarda e à restauração do Mar Mediterrâneo, através de iniciativas de alfabetização oceânica".

O evento tem início em Veneza mas fonte da COI-UNESCO disse à Lusa que "obviamente o objetivo é levar o momento para todo o mundo, sensibilizando o maior número possível de pessoas para a proteção dos oceanos", e mostrando que é possível consumir e produzir de forma mais sustentável.

A iniciativa pretende ser uma oportunidade para propor soluções concretas para as ameaças a todos os ambientes marinhos, não apenas ao Mediterrâneo, explicou também a fonte.

Em Veneza serão organizadas mesas redondas sobre economia verde e azul, com a participação de empresas internacionais, falar-se-á de "design" e moda sustentáveis, e refletir-se-á sobre o efeito que as escolhas dos consumidores podem ter no meio ambiente, em especial nos oceanos.

A "Blue Friday" é organizado no âmbito da Década das Nações Unidas da Ciência dos Oceanos para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030), criada para promover o papel da ciência dos oceanos para fomentar um desenvolvimento mais sustentável.

"Queremos ser a opção alternativa à Black Friday, para transformar este evento consumista num momento de profunda reflexão sobre a forma de restaurar os ambientes marinhos através de iniciativas de Alfabetização Oceânica", disse a fonte da COI-UNESCO à Lusa.

O "consumo excessivo e desnecessário" nos países ocidentais tem um "impacto devastador" nas frentes económica e social mas essencialmente ambiental, afiançou a fonte.

E exemplificou: Só no Reino Unido, a "Black Friday" de 2020 emitiu 429 mil toneladas de gases com efeito de estufa: o peso de 61.308 elefantes.

Em Itália na mesma altura, onde 50% das compras estão online, o congestionamento urbano da "Black Friday" aumentou a poluição e os tempos de viagem em 34%.

A COI-UNESCO foi criada em 1960 para estudar a proteção do ambiente marinho, a pesca e os ecossistemas bem como as mudanças provocadas pelas alterações climáticas.

Em Portugal dezenas de estabelecimentos de comércio estão já a anunciar as grandes promoções de produtos que vão fazer na próxima sexta-feira.

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