Compraram a preço de saldo grandes empresas em Portugal - Fidelidade, BCP, Novo Banco, Luz Saúde, PT - e estão agora a tentar sair. Dois têm pressa, um tem mais tempo: todos vão ganhar muito.
A notícia surge meses depois da investigação em Portugal que resultou na detenção de Armando Pereira - sócio e amigo de Patrick Drahi, maior acionista do grupo, - que até meados do ano passado tinha ligações à Altice França.
A Saudi Telecom já comprou 9,9% das ações da maior empresa de telecomunicações espanhola e agora está interessada na Altice.
Armando Pereira, cofundador da Altice, está em prisão domiciliária desde julho, mas o Ministério Público pede agora que possa ser libertado com o pagamento de uma caução, alegando que tem hoje menor capacidade de influência na operadora.
A Operação Picoas surge na pior altura para a dona da MEO, enterrada em 55 mil milhões de euros de dívida. Patrick Drahi tenta corte rápido com Armando para tranquilizar os investidores. Sindicatos temem futuro.
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"Isso foi um choque e uma grande deceção para mim", começou por dizer fundador da Altice.
Os investigadores montaram vigilâncias a encontros íntimos de Armando Pereira. No processo estão muitas páginas que incluem dezenas de escutas com indícios de como foi usado parte do dinheiro da Altice alegadamente obtido de forma ilícita – presentes em imóveis, cartões de crédito, viagens, artigos de luxo e malas com notas.
O co-fundador do grupo Altice terá usado a sua posição para viciar os processos de decisão na empresa, impor a intermediação do amigo Hernâni Antunes aos fornecedores, atribuindo a si próprio vantagens indevidas de muitos milhões de euros pagando, pelo caminho, compensações milionárias a vários colaboradores, como Alexandre Fonseca. Despacho do MP imputa-lhe 11 crimes de corrupção ativa e passiva, branqueamento de capitais e falsificação de documentos.
Em causa estão suspeitas de crimes de branqueamento, fraude fiscal, entre outros.
Armando Pereira é o principal alvo de uma operação do Ministério Público e da Autoridade Tributária.
Ana Figueiredo é quadro do grupo Altice e da ex-Portugal Telecom há mais de 18 anos.
O rabino do Porto, Daniel Litvak, foi detido pela Polícia Judiciária por alegadas ilegalidades na emissão de certificados de nacionalidade para judeus sefarditas.
Armando Pereira tinha 14 anos quando emigrou para França, onde se fez milionário. É o homem da Altice que entra a pés juntos para cortar custos nas empresas que o grupo compra. Seria quase uma sombra não fora uma paixão pública: os rallies.
Alexandre Fonseca, engenheiro informático com percurso na consultoria, não demorou muito a tornar-se num homem-chave da Altice em Portugal. Lidera há quatro anos a dona da MEO, cuja venda estará na calha.
A investigação vai muito além dos negócios de Luís Filipe Vieira. O Ministério Público e a Autoridade Tributária escutaram e vigiaram nos últimos anos Pinto da Costa, Fernando Gomes e o empresário Pedro Pinho. Há negócios milionários em causa
