
Pai de Rita Matias fazia parte de grupo privado de movimento de extrema-direita
O grupo terrorista chegou a planear invadir o Parlamento. Autoridades detiveram seis pessoas e apreenderam centenas de armas ao grupo.
O grupo terrorista chegou a planear invadir o Parlamento. Autoridades detiveram seis pessoas e apreenderam centenas de armas ao grupo.
Raspanetes à frente de todos no bar, zangas, queixinhas e cumplicidades. Durante as últimas semanas, andámos por São Bento a tomar o pulso aos bastidores do partido liderado por André Ventura na altura em que se debatia com o caso do deputado Miguel Arruda e das ofensas às outras bancadas
Manuel Matias avançou com queixa-crime contra uma mulher, militante do PCP, que tuitou uma pergunta e uma notícia falsa sobre fraude numa organização de que o ex-assessor do Chega foi dirigente.
Era do PSD e votava em Sócrates, mas foi no populismo que vingou. Ressentido com uma “traição” de Montenegro, Ventura demitiu-se de vereador em Loures e criou o Chega com amigos – que já saíram do partido. Uma história com falsificações, dívidas pagas pelo próprio e “facadas nas costas”.
A um mês das legislativas, o Chega é a força política mais popular entre os jovens. Em 2020, André Ventura lançou Rita Matias com uma estratégia clara: captar a atenção do eleitorado feminino e jovem. A deputada foi a Madrid aprender com o Vox a criar conteúdos virais, estabeleceu relações com o Fidesz, da Hungria, e faz parte de uma rede internacional conservadora católica.
Assessor do Chega interpelou um jornalista da RTP em funções no Parlamento. E o líder da bancada parlamentar ameaçou um assessor do PS. Gabinete do secretário-geral da AR diz que jornalistas acreditados não podem "ser questionados, seja por quem for, sobre o modo como exercem a sua atividade profissional".
Dos €4,55 milhões de subvenção, André Ventura vai gastar metade em sedes, novos funcionários do partido e propaganda. E quer comprar imóveis.
Em nove meses, o Parlamento vai transferir 5,7 milhões para os partidos gastarem em assessores e estudos. Quem contrata mais (PCP ou PAN), paga menos a cada um.
O presidente do Chega exonerou o seu chefe de gabinete, uma semana depois de ter perdido o assessor do grupo parlamentar.
Manuel Matias pediu "a renúncia às funções de assessor político que desempenhava" no grupo parlamentar do Chega, revelou o partido.
Associação Transparência e Integridade questionou o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, sobre a nomeação do pai de Rita Matias, deputada do Chega, para o cargo de assessor parlamentar. "Este ato de nomeação parece violar tanto a letra quanto o espírito" da lei.
Os novos deputados foram escolhidos a dedo pelo líder do Chega. Primeiro, são fiéis, depois, competentes. O partido vai contar com 5 milhões de subvenções do Estado
A maioria dos deputados transita da anterior legislatura, mas o Parlamento vai receber várias caras novas.
À medida que os resultados das eleições legislativas vão sendo divulgados, são conhecidos os primeiros nomes a entrar no Parlamento.
Num partido personalista e que idolatra o líder, com a oposição ausente ou silenciada, ninguém criticou Ventura – nem quando encontraram a cópia.
Com cartomantes, treinadores de ginásios, parentes próximos a encher listas e bombeiros cantores, a corrida vai animada, às vezes conturbada. E ainda só vai no adro.