
Supremo decide que Armando Vara vai ter de cumprir mais dois anos e seis meses de prisão
Defesa só admitia o cumprimento de 30 dias de prisão.
Defesa só admitia o cumprimento de 30 dias de prisão.
Na vítima articulam-se ausência e reivindicação, fragilidade e pretensão, desejo de ter e desejo de ser. Não somos o que fazemos, mas o que sofremos, o que podemos perder, aquilo do qual nos privaram.
O crime obsceno, à larga, durante anos. O castigo atrasado, a correr atrás do prejuízo. Portugal, em suma.
Sob a orientação técnica e política de Passos e de Maria Luís Albuquerque foram vendidos os últimos anéis do fidalgo endividado. As privatizações foram feitas à pressa, houve aqueles negócios dos swaps feitos em massa, a recapitalização do BPN...
As medidas anticorrupção anunciadas pelo Governo são o terceiro pacote nesta área em cinco anos. Não há avaliação do que foi feito.
Newsletter de quinta-feira
Começou por ser batizada como Amigos dos Amigos, mas o nome não vingou e hoje toda a gente a conhece como Operação Face Oculta. Um novo livro, sobre a vida do investigador da PJ que liderou esta investigação ("Insubmisso, Memórias de um Polícia"), revela agora todos os bastidores de um caso em que o então primeiro-ministro José Sócrates e vários comparsas montaram um plano para controlar a TVI e os jornais Público e Correio da Manhã.
O Supremo Tribunal de Justiça aumentou a pena de prisão de Armando Vara. O confidente e homem de mão de José Sócrates é um exemplo da podridão que existe no mundo da política e dos negócios. É uma das personagens da história em livro que a SÁBADO revela em exclusivo esta semana.
“Polícia infinito”, Teófilo Santiago esteve ligado à investigação de importantes operações policiais, do Apito Dourado ao Face Oculta. As suas memórias, que deram origem a um livro, fazem a capa da SÁBADO. E ainda: o filósofo que não sabia atravessar a estrada; à procura de fotos num cemitério; viagem pela Lisboa fadista de Carlos do Carmo.
Sócrates concretizou mesmo alguns dos seus sonhos mais húmidos em matéria de controlo da comunicação social. Meteu os seus homens na Global, Joaquim Oliveira, primeiro, e depois usou das influências do advogado Proença de Carvalho.
Os trabalhadores da Global, os seus bravos jornalistas, merecem soluções rápidas para a crise que enfrentam. Mas também merecem que se faça justiça, punindo quem os conduziu ao abismo.
As soluções de Rui Rio, criadoras de uma maioria de não magistrados nos órgãos de governo das magistraturas, estão em total rota de colisão com as ideias da União Europeia em matéria de separação de poderes. Por cá, o problema não está no Ministério Público. Está em quem quer uma justiça subserviente a um grupo de intocáveis da República.
Quando chegamos à Operação Influencer percebemos, com profunda náusea, que um advogado de negócios e um gestor com escasso vocabulário, representantes da empresa de Sines, têm via verde junto de ministros, com quem almoçam e vão para os copos.
Costa fica como um antigo ministro da Justiça impecável, mas como um primeiro-ministro que não conseguiu controlar o seu tempo de saída. Deveria estar a sair agora, em glória, depois de dois mandatos, eventualmente a caminho de um cargo europeu. Não com a amargura de ter sido quase demitido por “um comunicado do gabinete de imprensa da PGR”.
Este episódio não justifica o coro de virgens ofendidas que anda por aí a clamar contra a “criminalização da política”, um “ataque à democracia” e outras patetices parecidas. Muito menos justifica a ofensiva vindicativa contra o Ministério Público.
Desde 2015 que coleciona e sobrevive a casos, alguns deles ainda em aberto. Ministro vai esta sexta feira prestar contas no parlamento por causa da TAP.